Na manhã de hoje, o secretário de Defesa Social do Estado, General Edson Sá Rocha apresentou uma planilha com os mais recentes números sobre a violência em Alagoas. De acordo com os dados apresentados, houve redução nos números de homicídios e seqüestros, contrariando o clima de insegurança vivido pela população alagoana, motivo de debate no parlamento.
Sá Rocha, em seu pronunciamento, destacou que é falsa a noção de que Maceió foi tomada por uma onda de violência. O secretário defende que os crimes em Alagoas cresceram nos últimos tempos – “e não somente de uns dias para cá” – por conta da ausência do poder público, nas gestões passadas, aliado a audácia que os bandidos ganharam diante da fragilidade do aparelho.
Para o secretário, a segurança pública em Alagoas é “débil e catastrófica” e não teve os cuidados necessários nos últimos oito anos. “O bandido de hoje não tem mais medo de ser preso. Ele se assegura nos Direitos Humanos, que é claro que nós temos que respeitar e que em pouco tempo e com bons advogados pode estar de volta a rua, passando pela universidade do crime, que é o sistema prisional”, destacou em sua fala.
Sá Rocha avalia a estrutura atual da pasta que ocupa como “frágil e incompleta”, mas diz que o Estado não tem medido esforços para atender a população alagoana, quando o assunto é segurança. “Primeiro é preciso destacar que esta onda de violência não existe. Não é algo de agora. Espero que não interpretem de forma equivocada o que estou dizendo aqui. A situação é grave sim, mas não há uma onda de violência no Estado de Alagoas. Há um problema que se arrastou no tempo”.
“O mundo mudou. Maceió mudou, mas o nosso aparelho de segurança pública andou para trás”, frisou o secretário. Durante a sua explanação, Sá Rocha mostrou números que apresentam uma redução da criminalidade, entre os anos de 1994 e 1999. No entanto, estranhamento – como colocou o próprio secretário – e sem razão aparente, desde 2000 que os índices da criminalidade voltaram a crescer no Estado de Alagoas.
O secretário apresenta ainda – com dados da Polícia Militar de Alagoas e Polícia Civil – uma redução significativa destes índices, no último trimestre. “Podemos citar como exemplo, os números de homicídios, que é uma referência, pois é um crime que toma do ser humano aquilo que ele tem de mais precioso, ou seja, sua vida”, colocou o general Edson Sá Rocha.
Conforme as estatísticas apresentadas pela Defesa Social, em 1994, a cada 100 mil habitantes, 24 foram assassinados. As estatísticas apresentam decréscimo até 1999, quando o dado é de 20 a cada 100 mil. No quantitativo, isto implica em dizer que em 1994, 616 pessoas foram assassinadas e que nos anos subseqüentes houve uma redução brutal neste número.
No entanto, em 2004, a segurança pública de Alagoas registrou 1.304 assassinatos. O número de homicídios – daí por diante – só aumentou. Em 2005 foram 3.335 e no ano passado, 3.806 pessoas foram mortas em Alagoas. “Isto prova que o problema não é de agora. A violência está instalada a diversos anos em nosso Estado. A culpa é dos antecessores responsáveis de plantão”, salientou Sá Rocha.
Os primeiros meses
O debate serviu também para que o secretário de Defesa Social, general Edson Sá Rocha, apresentasse dados referentes aos seus primeiros meses de trabalho. De acordo com as estatísticas apresentadas por ele, e com base em números da Polícia Militar de Alagoas, Polícia Civil de Alagoas e Superintendência de Administração Penitenciário, houve reduções significativas dentro do primeiro trimestre em relação aos índices de criminalidade.
Entre eles, como ressalta Sá Rocha, a redução de homicídios. Em março deste ano – logo no início da gestão do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) – forma registrados 102 homicídios. O número cai para oitenta, no mês passado. “Eis a prova de que estamos trabalhando e buscando resolver. Mas é o que coloco sempre. Não há segurança pública sem recursos humanos e investimentos. E quando falo recursos humanos, falo de motivação e é claro da questão salarial, que eu nunca esqueci, pois é de onde o indivíduo retira o seu sustento e o de sua família”, salientou o secretário de Defesa Social.
Em relação à apreensão de armas, a Secretaria de Defesa Social – levando em conta o mesmo período – também atesta uma redução. Em março, foram apreendidas 71 armas. Em abril, foram apreendidas 48. Apenas os seqüestros aumentaram. No mês passado, tivemos – conforme os números do Tático Integrado Grupo de Resgate – quatro casos. Em março foram apenas dois. “Houve alguns aumentos, como na área de roubo no comércio e furto de veículos, mas as blitz estão acontecendo. Nós estamos trabalhando e as policiais estão na rua, desde sempre”, destacou o general Sá Rocha.
O secretário ressaltou ainda a necessidade de investimentos urgentes, principalmente na capacitação dos recursos humanos do aparelho policial.