O promotor de Justiça Flávio Gomes, titular da Promotoria de Justiça de Execução Penal da Capital, visitou hoje pela manhã o presídio Cyridião Durval, em Maceió, para acompanhar o trabalho das equipes de assistentes sociais que estão realizando uma pesquisa com os reeducandos, para traçar o perfil da população carcerária de Alagoas. A pesquisa está sendo realizada pela Superintendência de Administração Penitenciária de Alagoas, a pedido do Ministério Público Estadual.
A visita ao presídio foi acompanhada também pelo tenente-coronel PM Luiz do Nascimento Bugarin, superintendente do Sistema Prisional de Alagoas, e pela presidente da comissão especialmente instituída para realizar a pesquisa, Silma Oliveira. Segundo a coordenadora da pesquisa, a receptividade dos reeducandos está sendo muito boa. “Até agora apenas um preso se recusou a responder o questionário, que tem 90 perguntas”, afirmou Silma.
A pesquisa deve ser concluída até 22 de maio. “Nessa primeira etapa pretendemos ouvir 228 presos de Maceió, dos presídios Cyridião Durval, Baldomero Cavalcanti, Rubens Quintella e Santa Luzia”, afirmou a coordenadora da pesquisa, acrescentando que logo em seguida serão ouvidos os internos do Centro Psiquiátrico Judiciário, em Maceió. Em seguida, dentro da segunda etapa da pesquisa, serão ouvidos os reeducandos do interior.
Segundo o tenente-coronel Bugarin, o objetivo da pesquisa é traçar o perfil social, econômico, prisional e cultural dos presidiários, com mais de dois anos de pena. “Optamos pelo preso com mais de dois anos de detenção, porque é quem conhece o sistema e tem condições de apontar falhas e soluções”, afirmou o Bugarin. “Com base nesse levantamento vamos desenvolver projetos e buscar parcerias para melhorar a assistência que prestamos à população carcerária”, acrescentou.
“Esta é a primeira pesquisa que o Estado realiza com a população carcerária. Cada reeducando vai responder a 90 questões com múltiplas escolhas, sobre os pontos positivos do sistema prisional, o que precisa ser melhorado, a avaliação que eles fazem da assistência social, da assistência psicológica no interior das unidades, além de dados sobre a pena que cada um vem pagando, a escolaridade, a família, as opções de lazer e a religião de cada um”, informou Silma de Oliveira.
O promotor Flávio Gomes disse que a pesquisa vai apresentar um verdadeiro raio-x da condições sociais, econômicas e culturais de cada reeducando, além de um levantamento completo da situação jurídica do preso que esteja cumprindo pena ou aguardando julgamento. “Vamos ter um diagnóstico produzido pelos próprios presos, que muitas vezes fazem rebeliões para cobrar melhorias e apontar falhas do sistema”, destacou o representante do MP alagoano.