Advogados do Sindicato dos Jornalistas, Sindicato dos Gráficos e Sindicato dos Comerciários estarão na Tribuna de Alagoas neste sábado para conversar com os trabalhadores do jornal. Na oportunidade, além de ouvir as reclamações de cada um, eles vão recolher os documentos necessários para o ajuizamento de ações trabalhistas, que visam cobrar os salários atrasados e o pagamento das verbas indenizatórias.
A intenção dos advogados é cobrar a dívida não só dos proprietários diretos da Tribuna. Eles vão acionar como litisconsortes passivos os proprietários indiretos e que detinham poder de mando na empresa, a exemplo do ex-governador Ronaldo Lessa e do empresário Robert Lyra. Este último assinou um contrato, na condição de interveniente, que transfere a Tribuna de Alagoas da família Farias para o Sr. Lucas Normande, um dos seus “testas-de-ferro” em Alagoas.
“Precisamos acionar todos eles, juntando provas documentais e testemunhas”, disse Manoel Neto, advogado do Sindicato dos Comerciários. Ele ficou surpreso com o volume de irregularidades encontradas na empresa, onde a maioria dos jornalistas, gráficos e pessoal administrativo não tem um centavo depositado no FGTS. Isso impede que os trabalhadores, já sem salários e sem as verbas rescisórias, possam sacar o seguro-desemprego. Os advogados ficaram de conversar com a Procuradoria Regional do Trabalho e vão apelar também para o Judiciário, no sentido de tentar liberar o seguro.
Quadro desolador
Alguns funcionários da Tribuna sequer possuem carteira de trabalho assinada, apesar de trabalharem na empresa há vários anos. Nestes casos o saque do seguro-desemprego é ainda mais difícil e depende da ação trabalhista que tramitará na Justiça.
“O quadro para os trabalhadores é desolador. O que fizeram com eles e com o jornal é pilantragem. Custa acreditar que os responsáveis, locupletados e endinheirados, continuem mantendo um círculo de convivência familiar, político e empresarial sem problemas, como se nada tivesse acontecido. Se eles não têm escrúpulos e quem os repreenda, deveriam pelo menos ter remorso ao olhar para os pais, avós, filhos e netos”, disse o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Carlos Roberto Pereira.