Manual orienta trabalho nas casas de farinha em Alagoas

Em Alagoas, a mandioca ocupa o segundo lugar entre os itens da produção agrícola, sendo fundamental para os programas de agricultura familiar desenvolvidos no Estado.

A produção da farinha é responsável pela subsistência de mais de 25 mil famílias, cuja economia doméstica está ligada a toda a cadeia produtiva que engloba mais de 600 casas de farinha instaladas na região. No Estado, são ocupados mais de 20 mil hectares com o plantio da raiz.

Fazer farinha é uma atividade centenária. O processo de colher a mandioca, esmagar, esfarelar e torrar faz parte da cultura da região. Mas como aprimorar esse processo com inclusão de tecnologia, sem, contudo, comprometer a tradição dessa história?

Pensando nisso, técnicos do Sebrae e da Fundacentro realizaram um estudo de campo nas casas de farinha de Alagoas. O trabalho resultou na criação do ‘Manual de Referência para Casas de Farinha’, com orientações e recomendações que vão possibilitar a melhoria da qualidade do produto, resultando em maior produtividade, melhoria no padrão de vida dos trabalhadores e maior proteção do meio ambiente.

O conteúdo da publicação está disponível no Portal Sebrae e Fundacentro – www.fundacentro.gov.br/sstmpe. Em breve, também será criada uma cartilha explicativa atender os donos de casa de farinha.

O Sebrae em Alagoas, que já vinha desenvolvendo um projeto nas casas de farinha do Estado, viu a necessidade de incluir questões ligadas à saúde e à segurança no trabalho. Assim, o projeto passou a ser baseado em três pilares: saúde e segurança no trabalho, proteção do meio ambiente e segurança alimentar. Todos esses itens são tratados na publicação.

O tecnologista da Fundacentro Luis Renato Palbão Andrade, explica que a idéia é futuramente ampliar a experiência desse manual para outros segmentos. “Nosso desafio para 2007 é disseminar em outras regiões do País o Manual de Referência para Casas de Farinha", informa.

Segurança reforçada

Outra importante ação desenvolvida pela Fundacentro é a criação da ‘Estação de Trabalho’. Trata-se de uma cadeira, com equipamentos acoplados, para melhorar o trabalho das mulheres que atuam como descascadeiras da mandioca.

O protótipo da estação foi feito em ferro galvanizado. Além da cadeira, que é giratória e possui encosto, a estação possui dois aparadores. Um serve para apoiar as mandiocas que serão descascadas e o segundo aloja as cascas da mandioca.

A cadeira e os compartimentos são todos encaixados uns aos outros facilitando o seu uso e deslocamento. A mandioca descascada é colocada numa esteira, que fica do lado direito da estação de trabalho.

O novo equipamento vai diminuir um dos grandes problemas enfrentados pelas mulheres que trabalham na atividade, que são as fortes dores no corpo, devido ao esforço repetitivo e a posição em que executam o trabalho. Elas descascam a mandioca sentadas no chão.

A Estação de Trabalho vai minimizar os perigos à saúde e aumentar a produtividade, com a vantagem de manter o local de trabalho limpo e organizado, de acordo com as normas de segurança alimentar, do trabalho e do meio ambiente.

Fonte: Agência Sebrae

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