Um tiro seco, curto e passional. Com direito a barulho suficiente para acordar todo o condomínio, porém com a delicadeza lírica de quem chega destruindo tudo a sua volta, por que assim se faz necessário.
É dessa forma que a escritora e jornalista Vanessa Alencar revela, em seu novo livro, as múltiplas faces do passional: os abandonos, as traições, as ausências, presenças, desconfortos e loucuras, que correm como sangue sem destino e fora das veias, mas ainda pulsante por entre as páginas de Vermelho nas Mãos, cujo coquetel de lançamento acontece no próximo dia 22 de maio, às 19h, no Empório do Vinho (Mangabeiras).
Vermelho nas mãos, quarto livro de Vanessa Alencar – que já possui em seu currículo A essência do olhar (1991), Infinita magia (1996), ambos de poesia, e o de contos Por que amamos insanos? (2000), – é a retomada da produção literária ficcional da autora. Assim como no livro de contos anterior, a matéria prima de Vermelho nas mãos é o comportamento dos seres humanos, suas paixões, delírios, fraquezas, vaidades e tragédias, tudo dissecado pelo olhar crítico e irônico da autora.
Vermelho nas mãos, que tem o selo da editora Catavento, chega aos leitores após ter sido premiado na segunda edição do Projeto Alagoas em Cena 2006 – Programa Estadual de Fomento, Incentivo e Circulação Cultural, promovido no ano passado pela Secretaria de Cultura do Estado de Alagoas (Secult). Das seis obras premiadas na categoria literária (romance, contos e poesia), o livro de Vanessa Alencar é o segundo a ser lançado.
Paixões
“Todas as paixões das personagens de Vanessa Alencar são dissecadas ainda vivas…ainda em carne viva, melhor dizendo. E de personagens também possuem muito pouco, pois são reais. Somos nós, quando amamos, enlouquecemos, vivemos, matamos e morremos, ainda que seja em desejos taciturnos ou quiméricos…”, destaca o jornalista e professor de Literatura Luis Vilar, que assina o prefácio do livro.
Vilar cita ainda as influências literárias, como Nelson Rodrigues e Gabriel Garcia Márquez, e musicais presentes em textos, como “Cavalgada”, que ele considera um dos mais belos contos.
Na orelha, a também jornalista Cláudia Galvão acrescenta: “Vermelho nas mãos é um livro para se ler sem pudores morais, descerrando suas páginas e se identificando, em maior ou menor grau, com as neuroses das personagens.
O livro influencia e é inspirado pelo comportamento dos seres humanos, avaliado pela lente de aumento da escritora, que aplica um verniz especial às personagens femininas, que ganham leitura realista, carregada de malícia…O livro é uma ode ao prazer, sensual, sensorial e, sobretudo, cultural”.
Biografia
Jornalista formada pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Vanessa Alencar já integrou o quadro de diversas assessorias de imprensa, agência de publicidade e redações de jornais. Com Vermelho nas mãos, a autora quebra um jejum de mais de seis anos longe da literatura ficcional.