Em tom bastante emocionado, Carlos Gomes, morador de Marechal Deodoro denunciou nesta manhã – no Programa Ministério do Povo, na Rádio Gazeta AM – o descaso da Polícia Civil alagoana com os dois casos que envolvem sua família.
Segundo o mecânico, há um ano sua neta foi estuprada na praia do Francês por Luiz Roberto da Silva, filho de uma pessoa influente no município, e até o momento o inquérito não foi encaminhado à Justiça, muito menos concluído. Outra questão pendente, também, é a tentativa de homicídio sofrida pelo pai da vítima do estupro, um mês depois do caso.
“Ontem estive na Delegacia de Marechal para saber como anda o processo e descobri que o registro da tentativa de homicídio de meu filho foi alterado. Na época em que meu filho levou cinco tiros fui com ele na delegacia e, em depoimento, ele acusou o senhor de nome Cícero, tio do acusado de ter estuprado minha neta, como autor material do crime. No registro da ocorrência consta como autoria desconhecida”, explicou.
Carlos Gomes relatou que dias após sua neta de 13 anos ser estuprada por Luiz seu filho, que não teve o nome revelado, chegou a vias de fato com o acusado e, em seguida, teve sua vida ameaçada pelo pai de Luiz Roberto.
“Ele foi abordado por este homem conhecido como Cícero que efetuou cinco disparos de arma de fogo e, por milagre, não morreu. Hoje ele tem um problema grave na perna e está impossibilitado de fazer certas atividades. Desde que os fatos aconteceram nenhum dos acusados foram presos. Tudo o que eu quero é justiça para os casos, que ainda não foram nem concluídos”, ressaltou.
Inquérito
De acordo com o chefe de serviços da Delegacia de Marechal Deodoro, Ivanildo Barbosa, o novo delegado titular da área, Eulálio Rodrigues da Silva, ao assumir o cargo encontrou cerca de 80 inquéritos parados.
Segundo Barbosa, os dois inquéritos – estupro e tentativa de homicídio – estão em fase de conclusão para serem remetidos ao Poder Judiciário.
“Todos os inquéritos que estavam parados estão sendo analisados novamente. Pretendemos encaminhar logo os inquéritos parados à Justiça”, explicou o chefe.
Antes de Eulálio Rodrigues, o titular da Delegacia de Marechal Deodoro era o delegado Edésio Manuel Cavalcante Costa.
A demora no encaminhamento dos inquéritos policiais à Justiça vai ser assunto da próxima reunião do Gabinete Gestor Integrado (GGI). De acordo com o diretor-geral de Polícia Civil, Carlos Alberto Reis, está sendo feito um levantamento da atual realidade dos inquéritos nas delegacias.