Santanense de coração e forrozeiro por profissão, Dione Francisco é um dos artistas que ainda busca furar o bloqueio das grandes gravadoras e colocar o bloco na rua. Sem conhecimento para colocar seus álbuns nos magazines e lojas especializadas, o “cidadão forrozeiro” resolveu ir a luta e vender os CDs nos sinais de Maceió.
O ponto preferido é o sinal da Gruta – ao lado do Hiper Center Farol. Segundo ele, é o local onde costuma vender mais. No entanto, as vendagens são bem modesta e às vezes as pessoas sequer baixam os vidros dos carros para que Dione Francisco possa mostra o seu produto.
Mas que acha que Dione Francisco esmorece, perde a esperança ou bom humor se engana: “Estou na luta. Vendo aqui por falta de espaço, mas a cada dia vou conhecendo pessoas novas e um dia quem sabe eu chego lá. As pessoas são receptivas e até admiram o que eu faço. Às vezes não compram porque a situação está difícil para todos mesmo”.
Adepto do estilo “forró pé-de-serra”, grava músicas de sua própria autoria e retrata a nordestinidade em seus álbuns. “Este já é o segundo disco que gravo e já estou juntando material para o terceiro. Não posso parar. Esta é minha profissão e o meu trabalho. Sou forrozeiro profissional há dois anos e há 20 anos que canto. Sai de Santana do Ipanema logo cedo e estou em busca do meu lugar ao sol”.
Forrozeiro de riso solto e vestido a caráter, Dione Francisco está virando um personagem típico que acaba alegrando os semáforos de Maceió. “Cada artista tem que buscar o seu lugar. Há dificuldades”, complementa. Dione Francisco reclama também da falta de incentivo por parte das autoridades. “A gente procura, mas encontra muito pouco apoio. O verdadeiro apoio é de quem compra o CD. É um material de qualidade”, finaliza.