"Mesmo se o mundo reduzisse hoje suas emissões de gases poluentes a zero, nada poderia ser realizado para reparar o estrago já feito no planeta". No Dia Internacional do Meio Ambiente, 5 de junho, o senador Fernando Collor (PTB-AL) ocupou a tribuna do plenário para externar sua preocupação com a aceleração da devastação da terra.
Ele opinou que somente com uma modificação em seus hábitos a humanidade poderá reduzir a velocidade com a qual caminha para o que chamou de "débâcle (ruína, derrocada) do planeta". Modificar hábitos, na visão de Fernando Collor, significa ter preocupações com o lixo doméstico, com a utilização da água e o uso do transporte particular.
Dos governos, ele cobrou transporte público mais eficiente, melhor distribuição da água e reciclagem das hidrelétricas para que novas usinas não precisem ser construídas, evitando, dessa forma, mais danos ao meio ambiente.
– Estive com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertando-o para o problema do aquecimento global, alertando-o para o fato de o Brasil estar hoje entre os cinco maiores emanadores de gases que são levados a atmosfera e causam o aquecimento global e o efeito estufa. Falei sobre a necessidade de serem tomadas providências enérgicas, apesar dos esforços que vêm sendo realizados pela ministra Marina Silva – afirmou Fernando Collor.
Para o senador por Alagoas, o presidente da República deveria ser o condutor do processo de diminuição da emissão de gases no território brasileiro. Ele informou que atualmente o Brasil é o quarto maior poluidor do planeta, sobretudo pelas queimadas que são realizadas na floresta amazônica.
Fernando Collor lembrou que em 1992, quando era o presidente da República, presidiu a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, no Rio de Janeiro, com a participação de 179 chefes de estado e de governo. A reunião ficou conhecida como Rio-92 e de lá saíram vários tratados e convenções, entre eles a Agenda 21, que estabelece metas na direção do desenvolvimento sustentável.
– Ocupo a tribuna entristecido, porque, 15 anos depois desta conferência, a situação, ao invés de melhorar, piorou dramaticamente. Os avanços conseguidos pelo planeta antes da realização da conferência do Rio foram maiores que os avanços conseguidos após o evento – lamentou Collor.