Peritos do INSS podem decretar greve por tempo indeterminado

Os peritos do INSS podem decretar greve, desta vez por tempo indeterminado, caso as reivindicações da categoria não sejam atendidas, ou pelo menos, que o Ministério da Previdência feche um cronograma oficial de atendimento destas reivindicações. Este foi o principal resultado da reunião entre a diretoria da ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos), além de peritos do DF com o Procurador da República Peterson de Paula, nesta terça-feira em Brasília. O INSS/MPS não estava presente.

Diante das mais de 50 agressões este ano, uma delas com a morte do perito José Rodrigues de Sousa dia 29 em Patrocínio, MG, o Ministério Público Federal (MPF) aumentará o rigor na cobrança de atitudes administrativas por parte do INSS, garantiu Peterson de Paula. O procurador já tinha intermediado o acordo que pôs fim à greve de 13 a 18 de setembro de 2006, quando a perita Cristina Felipe da Silva foi assassinada em Governador Valadares (MG). Os peritos voltaram ao trabalho, após fecharem o acordo com INSS, apesar de a Justiça ter decretado a legalidade da greve.

Segundo o acordo, o INSS implantaria uma série de medidas de segurança, além de repor o pagamento dos dias não trabalhados mediante reposição e outras providências acordadas entre o Presidente do INSS e a ANMP. A maior parte das medidas não foram implementadas pelo Instituto, motivando cobranças por parte do MPF ao longo dos últimos meses de 2006. As agressões contra a perícia previdenciária continuaram, e na avaliação do presidente da ANMP, Luiz Carlos de Teive e Argolo, se elas diminuíram em quantidade, aumentaram em periculosidade. “Tivemos um esfaqueamento, uma morte por tiro e inúmeras ameaças com armas. A situação é crítica”.

Com o novo caso de óbito em decorrência do trabalho em perícia médica a categoria paralisou suas atividades por dois dias (quinta e sexta da semana passada) só retornando diante da expectativa da reunião realizada hoje. O Procurador solicitou aos dirigentes da ANMP que aguardem até a semana que vem, pois o ministro Luiz Marinho não se encontrava nesta terça-feira, em Brasília, para ser ouvido. Somente após a consulta ao ministro da Previdência a categoria vai decidir os rumos do movimento.

O Procurador comprometeu-se a convidar o ministro para assinarem um Termo de Ajustamento de Conduta – TAC- em que a pauta produzida pelos peritos deverá ser cumprida com prazos determinados. Segundo Luiz Carlos Argolo, a ANMP, ciente de suas responsabilidades sociais, atendeu ao apelo do procurador e decidiu aguardar por uma semana conforme solicitado. Caso não haja a evolução esperada a ANMP convocará assembléia geral extraordinária para deflagrarmos greve por prazo indeterminado.

Fonte: Assessoria

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