O Ministério Público (MP) vai denunciar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) 42 pessoas por corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha. A decisão ocorreu após o MP analisar escutas telefônicas, documentos da Operação Navalha e depoimentos dos investigados.
Entre os denunciados estarão o governador do Maranhão, Jackson Lago, o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, o empresário Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, e Fátima Palmeira, diretora financeira da empresa.
Lago negou que tivesse participado de fraudes em licitações de obras públicas no Estado. No entanto, a polícia encontrou indícios de que ele teria transferido recursos de uma secretaria para outra e facilitado a liberação de verbas para a Gautama.
Rondeau também negou a acusação da PF de que teria recebido R$ 100 mil da quadrilha, mas, para o MP, ele participou das fraudes no ministério.
A denúncia do MP encerra a primeira fase da investigação, mas a polícia ainda analisa gravações de depoimentos onde aparecem nomes de outras autoridades que podem ser processadas se houver algum indício de corrupção.
O Ministério Público decidiu propor ação no Superior Tribunal de Justiça contra 42 investigados na Operação Navalha, que desvendou o esquema que fraudava obras públicas. A lista atinge a estados, governo federal e empresários, que devem responder a processo judicial por corrupção ativa, corrupção passiva e formação de quadrilha.
O governador do Maranhão, Jackson Lago, o ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, e o empresário Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, vão responder a processo. Todos negam envolvimento com a quadrilha.
Também estão entre os denunciados Fátima Palmeira, diretora financeira da construtora – apontada como central do esquema – e o ex-governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares. O Ministério Público analisou as escutas telefônicas, os documentos da Operação Navalha e os depoimentos dos investigados.
O governador Jackson Lago negou que tivesse participado de fraudes em licitações de obras públicas no estado, mas a polícia encontrou indícios de que ele transferiu recursos de uma secretaria para outra, o que facilitou a liberação de verbas para a Gautama.
O ex-ministro Silas Rondeau também negou a acusação da Polícia Federal de que teria recebido R$ 100 mil da quadrilha, mas o Ministério Público está convencido de que ele participou das fraudes no ministério.
Novo processo
A denúncia do Ministério Público encerra a primeira fase da investigação, mas o trabalho não terminou. A polícia ainda analisa escutas e documentos em que aparecem nomes de outras autoridades que podem ser processadas, se houver algum indício de corrupção. O procurador-geral da República vai avaliar esse material e decidir se pede a abertura de um novo processo.
Outro lado
O governador do Maranhão, Jackson Lago, disse que considera a denúncia "absurda" e que vai provar inocência nos tribunais. O advogado de Zuleido Veras e Maria de Fátima Palmeira só quer falar depois de tomar conhecimento das acusações.
O advogado do ex-ministro Silas Rondeau considerou o inquérito "inconsistente". E o ex-governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares, afirmou que agora terá como provar inocência. Os demais denunciados vão responder a processos em primeira instância, nos estados.