‘Procurador-geral deveria estar preocupado com o cartel da gasolina’, diz Galvão

Sionelly Leite/Alagoas24HorasWellington Galvão, presidente do Sinmed

Wellington Galvão, presidente do Sinmed

Durante a manifestação da manhã de hoje, relembrando o dia 17 de julho de 1997, o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas, Wellington Galvão, criticou duramente a postura do atual procurador Geral do Estado, Mário Jorge Uchôa. Na visão de Galvão, Uchôa tentou pressionar e intimidar a categoria, que se encontra em greve há 49 dias.

A crise aumentou depois que o Governo do Estado cumpriu a promessa de cortar os salários dos médicos grevistas. Alguns tiveram corte de 90%. No início da semana, Mário Jorge Uchôa alertou – através da imprensa oficial do Governo do Estado – para as conseqüências da ameaça de demissão coletiva proposta pelo Sindicato dos Médicos, caso o governo não atenda as reivindicações da categoria: reajuste de 50%.

“Estamos mostrando quais são as conseqüências que poderão advir a partir desse comportamento dos médicos; por isso recomendamos aos grevistas para que tenham cautela antes de pedir demissão coletiva”, alertou o procurador-geral do Estado, Mário Jorge Uchôa. Para o procurador, a medida adotadas pelos médocos é para forçar a administração estadual a aplicar o reajuste salarial e depois pedir a recontratação dos profissionais demitidos.

“Esta possibilidade está totalmente descartada. Se os médicos pedirem exoneração do serviço público, eles só poderão retornar aos seus cargos mediante um novo concurso”, frisou Uchôa. O procurador disse ainda que se o pedido de demissão coletiva for feito com o objetivo de forçar o governo a conceder reajuste salarial, a medida pode ser vista como crime de omissão de socorro.

Wellington Galvão não concorda com as afirmações de Mário Jorge Uchôa. Em entrevista ao Alagoas 24 Horas, ele disse que “o procurador deveria era estar preocupado com o cartel da gasolina que ele ajudou a construir no Estado de Alagoas. Isso que ele está fazendo é intimidação e nós não vamos aceitar. É um caos o que o Governo do Estado tem feito com a saúde e a população não merece. O atual governo pode vir a sofrer as mesmas conseqüências do governo de Divaldo Suruagy”, destacou Galvão.

O sindicalista disse ainda que Mário Jorge Uchôa “esqueceu das leis ao assumir a Procuradoria”. “Nós temos o direito a greve, a reivindicação e eles têm que aprender a aceitar isto e não partir para a intransigência, como tem sido feito”.

Galvão relembrou que o Ministério Público intercedeu nas negociações, mas que o prazo dado para que o Governo do Estado apresente uma proposta é quinta-feira, dia 19 de julho. “Caso não haja uma reposta, nós vamos começar a pedir demissão coletiva”. Os primeiros médicos a pedirem a demissão – conforme Galvão – serão os hematologistas.

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