Beltrão cobra pacto federativo para o Brasil

Deputado aponta também falta de crescimento de Alagoas

O deputado federal Joaquim Beltrão (PMDB) em discurso na Câmara Federal voltou a alertar o governo federal para os diversos problemas enfrentados em Alagoas e cobrou que seja feito um planejamento central das ações a serem desenvolvidas para ajudar aquelas famílias mais carentes. No discurso, Beltrão, ressaltou que apesar de ter um grande potencial turístico, agrícola e industrial, o Estado está adormecido há muito tempo.

“Quando fui cursar a universidade de engenharia elétrica fui para o Ceará. Em Fortaleza, havia esta faculdade, em Alagoas, não. Lá tive oportunidade de tomar leite da região de Batalha, município de Alagoas. Quase trinta anos atrás, o povo cearense já conhecia o grande potencial de desenvolvimento do meu Estado. Os anos passaram, e esse potencial se frustrou, diminuiu. Alagoas hoje é o Estado do Nordeste e acredito que do Brasil com o maior índice de pobreza e de injustiça social”, afirmou.

Joaquim Beltrão destacou que como deputado Federal tem esperança de contribuir com o desenvolvimento de Alagoas, mas entende que é preciso definir um pacto federativo que envolva o governo federal, os estados e os municípios. “Acredito que seria necessário que o governo federal fizesse um planejamento central em consonância com os Estados para uma execução nos municípios de acordo com o que fosse planejado. Uma vez não cumprido o planejamento, deveria haver punição aos governantes de cada ente federado. Assim chegaríamos ao entendimento e a uma ação conjunta”, frisou.

“Hoje, qual é a punição para o responsável pela segurança pública se ele não conseguir êxito, se presos fugirem, como aconteceu no meu Estado, onde acredito que já fugiram mais de 50? Só se for na próxima eleição. Qual a punição para o responsável pela saúde, se ele não conseguir êxito? O povo está sofrendo com os mais de 90 dias em greve. O que acontece? Sabemos que os alunos têm de estudar, aprender e alcançar resultados. Se não alcançarem resultados, o que acontece? Penso que está na hora de rever o pacto federativo e analisar uma nova metodologia de governar”, completou.

Turismo

Durante seu discurso, Beltrão, destacou a falta de apoio para o setor turístico em Alagoas. “Em Alagoas, há muito tempo, fala-se em turismo, que era a redenção do Estado, a indústria sem chaminé que traria milhares de empregos aos alagoanos, mas vivemos, cada vez mais, engatinhando, buscando o desenvolvimento, de forma desconexa, sem planejamento ou destino específico ao que se quer alcançar. Diz-se muito a respeito de onde se quer chegar, mas poucos são os resultados alcançados e poucas ações são planejadas”, afirmou.

Joaquim Beltrão reconheceu que chegou à Câmara dos Deputados sem uma ação determinada, sem uma meta específica a ser cumprida, “mas esperando que Deus me desse uma luz, uma trilha, afim de chegar a um caminho que fosse ao encontro da esperança dos alagoanos e brasileiros”. Ele também destacou os problemas que os pequenos agricultores de Alagoas enfrentam com a falta de financiamento através de bancos oficiais.

“Em minhas andanças na política, encontrei alguns agricultores no meu Estado cuja situação é parecida com a de outros estados do Nordeste brasileiro, em estado de pré-falência, de empobrecimento, que têm saudade dos tempos passados, quando havia melhor condição de vida e casas novas. Hoje, quando visitamos uma família dessas, vemos a casa com telhado caindo, as calçadas quebradas, o povo sem transporte”, ressaltou.

Em seu discurso, o deputado falou ainda sobre os problemas enfrentados no setor de educação pública e cobrou que o governo federal continue investindo na implantação de cursos de nível superior e de nível técnico em regiões mais afastadas dos principais centros urbanos para permitir que pessoas mais carentes possam ter acesso ao ensino superior e profissional. Beltrão ressaltou que tem se empenhado para garantir a implantação de campus da Ufal em Santana do Ipanema e Delmiro Gouveia.

“Espero poder contribuir dessa vez com o meu Estado como um todo e um pouco também com o Brasil, para que possamos abrir os olhos dos planejadores, governantes, intelectuais para o fato de que é necessário pensar no Brasil de uma forma mais aberta e que possamos conseguir fazer com que as coisas aconteçam, e que, em cada ação que se está fazendo ao homem do campo, da cidade, às famílias em si, consigamos resultados prósperos, maiores, efetivos; que não fiquemos só na filosofia, nem na teoria, mas na prática, onde possamos achar exemplos que possam ser distribuídos pelo País”, frisou.

“Espero que consigamos influenciar o necessário para que alcancemos esse desenvolvimento, a melhoria da qualidade de vida do povo, dando-lhe as condições necessárias de saúde, educação, segurança e condição de trabalho”, concluiu o parlamentar alagoano, que durante seu discurso foi aparteado pelos deputados Francisco Rossi (PMDB-SP) e Mauro Benevides (PMDB-CE).

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