Respeito ao passado para construir o futuro

A sabedoria de um povo pode ser medida pelo respeito que demonstra no tratamento de seus idosos. Acredito que este é um pensamento que devemos ter sempre em mente, como fazem diversos países do oriente. Longe daqui, a terceira idade é encarada como um novo tempo, alcançado com a vivência, experiência e sabedoria, momento certo para assumir a responsabilidade de repassar às futuras gerações, todo conhecimento, erros e acertos, de uma jornada dentro da família, da sociedade, do mundo. Tempo de demonstrar que precisamos preparar este momento, cada dia de forma mais consciente. Tempo, para que nós, aqui no Brasil, trabalhemos para chegar o dia em que respeitaremos o idoso como no oriente.

Acredito que estamos caminhando nesse rumo de forma serena e concreta. Muito nossa sociedade já aprendeu e cresceu nessa jornada. Estados e municípios há muito já haviam percebido a necessidade de cuidar de seus cidadãos da terceira idade. Preocupação que ganhou força, também, no cenário nacional, levando o executivo e o legislativo a dar atenção permanente à questão.

Dentro do Senado Federal o trabalho, senadores e servidores têm participado ativamente de discussões e aprovação de alguns textos legais que o Parlamento votou. Um exemplo deste trabalho foi a aprovação do Estatuto do Idoso, em 2003, que alterou a Política Nacional para a questão, encerrando um ciclo de nove anos de estagnação. O texto aprovado trouxe vários avanços, como por exemplo, medidas para punir o desrespeito, abandono e a discriminação aos cidadãos da terceira idade.

O estatuto e outras conquistas importantes demonstram o compromisso com o futuro de idosos e também das novas gerações, que poderão se valer deste enorme conhecimento acumulado.

Mas não podemos perder o foco, achando que o que está feito é suficiente. Ao contrário temos que continuar aprimorando as políticas que garantam a dignidade e o respeito a estes cidadãos que tanto contribuíram, contribuem e ainda contribuirão com o país. Neste momento o Congresso Nacional discute ao menos três Propostas de Emendas Constitucionais – PEC – e mais de 30 projetos de lei, originários no Senado, além de uma série de outros projetos oriundos da Câmara dos Deputados. Está em discussão, por exemplo, a PEC 29 de 2005, do ex-senador Sérgio Cabral, que dá preferência aos idosos no recebimento de títulos precatórios, ou o Projeto de Lei Suplementar – PLS 106 de 2006, de autoria do senador Arthur Virgílio, que irá permitir a dedução na declaração do Importo de Renda, das despesas com as taxas de condomínio.

Estes são alguns exemplos de que, mesmo depois da aprovação do Estatuto do Idoso, o parlamento brasileiro mantém a devida atenção com a garantia e ampliação dos direitos dos cidadãos da terceira idade. É este o sentimento que devemos manter sempre. É este o caminho que temos que continuar trilhando. Que a comemoração do Dia Nacional do Idoso, primeiro de outubro, seja sempre um marco para a renovação de nossas forças e de nossos compromissos para tornar o Brasil um exemplo de respeito e amor para com a sua memória e identidade, representada nos cidadãos da terceira idade. Precisamos respeitar nosso passado vivo, para que possamos construir o futuro.

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