Justiça Federal encontra herdeira alagoana de 100 mil euros

JF-ALProcesso passou 16 meses em Alagoas, só em busca da herdeira

Processo passou 16 meses em Alagoas, só em busca da herdeira

Foram 16 meses de busca, mas finalmente a Justiça Federal em Alagoas conseguiu localizar a herdeira de € 100.000,00 – cem mil euros, o equivalente a cerca de R$ 300 mil, deixados por um alemão em Zurique, na Suíça.

Contemplada no testamento do europeu, Márcia Cristina da Silva, 25 anos, procurada desde julho do ano passado, sem qualquer pista de seu paradeiro, foi localizada por meio de sua mãe, residente em Maceió, que revelou que a filha está na Espanha, onde trabalha num restaurante.

O testamento que contemplou Márcia pertence a Ludwig Karnet, 73 anos, solteiro, de nacionalidade alemã, que residia em Zurique, à Rua Leimgrübelstr. 22ª, 8052 até o dia 27 de março de 2004, quando faleceu.

Em cumprimento ao Código Civil Suíço para a regulação da herança, o Tribunal de Zurique apelou à Justiça no Brasil para localização e notificação da herdeira.

Percurso judicial

O caso foi inicialmente ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), sendo enviado à 3ª Vara da Justiça Federal de Alagoas e conduzido pela juíza Cíntia Menezes Brunetta para as providências necessárias, pelo fato de o último endereço conhecido de Márcia Cristina ser exatamente no bairro do Jacintinho, na periferia de Maceió.

A princípio, todas as tentativas de intimar a procurada para receber os euros foram frustradas. Inicialmente, um primeiro oficial de Justiça foi à agência dos Correios encarregada da entrega de correspondências no endereço indicado. No local, nenhuma pista foi localizada e ninguém a conhecia na vizinhança.

Sem o cumprimento da intimação, a magistrada Cíntia Brunetta requisitou diligências à Polícia Federal em Alagoas para localizar Márcia. As tentativas também foram negativas. O caso voltou à 3ª Vara Federal sem respostas, no mês de dezembro e um segundo oficial de Justiça tentou encontrá-la em vão.

Foi então que o terceiro oficial de Justiça, Carlos Manoel Lins Wagner recebeu a missão. Decidiu investigar o paradeiro pelo nome da mãe de Márcia. "Consegui descobrir que só existem seis pessoas no Brasil que tinham o mesmo nome da mãe da herdeira, uma delas morando em um outro bairro periférico de Maceió", disse o oficial, que recebeu o caso no dia 19 de outubro e devolveu resolvido no dia 31.

Além de percorrer várias grotas e ruas no bairro do Jacintinho, procurou no cadastro da Receita Federal, Tribunal Regional Eleitoral e de lojas de departamentos na capital alagoana, sem êxito. "Foi somente por meio de uma velha lista telefônica de Maceió, ligando para antigos endereços que consegui descobrir onde morava a mãe de Márcia Cristina".

Márcia chorou ao saber, por telefone, da morte de Luiz como o chamava (Ludwig em alemão), confessando que o tinha como um pai, mas ficou feliz com a herança, que receberá lá mesmo no continente europeu, em euros.

Após a localização de Márcia Cristina da Silva, o papel da Justiça Federal se encerra. A Carta Rogatória será devolvida ao STJ, que por sua vez a encaminhará de volta a Suíça.

Fonte: JF-AL

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