Cacau Machado se entrega à polícia

Roberto GonçalvesAntônio Carlos Machado, o Cacau Machado

Antônio Carlos Machado, o Cacau Machado

O secretário de Educação de Pão de Açúcar, Antônio Carlos Machado, o Cacau Machado, que estava foragido da Justiça desde a última quinta-feira, 22, se entregou à Polícia Civil no domingo. Acompanhado de dois advogados, o secretário – que é apontado como participante de um duplo homicídio – se apresentou na Delegacia Regional de Batalha.

Após a apresentação, o secretário – que é irmão do secretário do Gabinete Civil do governo Téo Vilela, Álvaro Machado, foi transferido por determinação do juiz Durval de Mendonça Junior para a sede do quartel-geral da Polícia Militar, em Maceió, que também havia expedido o mandado de prisão temporária do político.

O caso

Na última quinta-feira, 22, integrantes do Batalhão de Operações Policiais Especiais – Pelopes, sediado em Pão de Açúcar, a 227 km de Maceió, tentaram cumprir um mandado de prisão contra Antônio Carlos Machado. O mandado de prisão temporária foi expedido pelo juiz Durval Mendonça, da Comarca de Olho D’Água das Flores. Os policiais realizaram buscas na residência do secretário, que fica no centro da cidade, em sua fazenda (zona rural) e na Secretaria de Educação, mas não o secretário não foi encontrado em nenhum dos locais.

Segundo informações do promotor Luís Tenório de Oliveira, da comarca de Olho D’Água das Flores, Cacau Machado é acusado de duplo homicídio qualificado. Ele teria participado do crime que vitimou o casal Adeilson e Maria Aparecida Rodrigues, em abril deste ano, no Povoado Paus Pretos, em Monteirópolis.

De acordo com o promotor, o duplo homicídio foi mais um capítulo de uma sangrenta guerra entre duas famílias de Pão de Açúcar. “Há quatro anos, o vereador Edson Lyra, de Pão de Açúcar, e mais três pessoas que o acompanhavam, Teônio, Estênio e Jeová, sofreram um atentado que resultou na morte de Jeová, afilhado do vereador”, conta o promotor. Tenório diz que, um ano depois do crime, o vereador matou José Adelmo Rodrigues, um dos suspeitos do atentado. Os outros suspeitos eram Adeilson, morto em abril, José Simões e Flávio Caldeira. Todos foram julgados e absolvidos no começo deste ano.

Já vereador Edson Lyra, ex-militar, cumpre prisão temporária no 3º Batalhão de Arapiraca, há quase 30 dias. A prisão foi prorrogada por mais um mês.

Ameaças

Durante as investigações do duplo homicídio, a polícia chegou aos autores materiais do crime, identificados como Estênio, Teônio, Aderval Vieira, Elias e Pimbinha – o único foragido. Em seus depoimentos, todos apontaram o envolvimento do vereador Edson Lyra no crime, que também envolveu Cacau Machado.

"O secretário, que é amigo do vereador Edson Lyra, apresentou uma conduta suspeita durante as investigações, apresentando álibis falsos para os autores materiais. Cacau também ameaçou Flávio Caldeira, um dos suspeitos do atentado contra Lyra, dentro da delegacia onde Caldeira estava preso”, esclarece o promotor.

Durante o cumprimento do mandado de prisão contra Cacau Machado, os policiais encontraram uma espingarda na casa de um dos empregados da fazenda, que foi autuado por porte ilegal de arma. Segundo o delegado Paulo Cerqueira, de Pão de Açúcar, o empregado afirmou que a arma pertence a Cacau Machado. “Essa guerra entre as duas famílias é uma confusão que ninguém sabe onde começa e onde vai parar”, finaliza o promotor Luís Tenório.

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