A corrida sucessória pela presidência do Senado em meio à esperada renúncia do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) do cargo promete dividir o PMDB na disputa pelo comando da Casa Legislativa. Pelo menos três peemedebistas já deram sinais claros de que vão lançar seus nomes na disputa: Garibaldi Alves (RN), Valter Pereira (MS) e Neuto de Conto (SC).
Oficialmente, somente Garibaldi lançou seu nome na disputa. A interlocutores, Pereira disse que entraria no páreo, caso fosse necessário, para unificar a bancada. Conto, por sua vez, corre por fora na tentativa de ocupar o lugar de Renan, mas encontra resistências dos colegas peemedebistas por estar em seu primeiro mandato no Senado.
Como o partido reúne a maior bancada do Senado, com 20 parlamentares, tem a prerrogativa de indicar um nome para suceder Renan caso o peemedebista efetive sua decisão de deixar a presidência –como é praxe na Casa.
O partido aposta que o senador não vai retornar ao cargo porque não tem clima político para reassumir o comando da Casa –depois de enfrentar, até agora, quatro processos por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética.
O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), aposta na unidade da bancada após a renúncia de Renan com a escolha de um nome de consenso da legenda. Mas reitera que o partido não vai abrir mão de permanecer com o comando do Senado após a saída de Renan –mesmo com a ameaça da oposição de lançar um nome na disputa caso não concorde com as indicações peemedebistas.
"Eu acho que não tem possibilidade deles [oposição] não concordarem com um nome, que deve ser de consenso", afirmou.
Mudanças
Os nomes dos senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e José Maranhão (PMDB-PB) chegaram a ser cogitados na corrida pela presidência do Senado. Maranhão, cujo nome foi articulado por Renan, teria afirmado a interlocutores não estar disposto a entrar na disputa. Lobão, por sua vez, espera a indicação para titular do Ministério de Minas e Energia caso o ex-ministro Silas Rondeau não retorne ao cargo.
Raupp também afirmou não estar disposto a entrar na disputa, mesma postura adotada pelo ex-presidente José Sarney (AP). O julgamento de Renan no plenário do Senado está marcado para a próxima terça-feira. Até lá, há a expectativa de renúncia do peemedebista da presidência da Casa.
Renan usaria a renúncia como estratégia para preservar o mandato, mas não descarta deixar o cargo somente após o julgamento para evitar percalços ao governo na votação da prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) –que pode ocorrer já na quinta-feira.