O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) renunciou nesta terça-feira à Presidência do Senado, após seis meses de denúncias e de duas licenças em decorrência dos processos de cassação a que responde no Conselho de Ética da Casa.
Renan renunciou durante o discurso em plenário antes da votação da representação número três, impetrada pelo PSDB e Democratas, por conta da suposta sociedade de Renan, através de "laranjas" (terceiros), com o usineiro João Lyra em duas emissoras de rádio e em um jornal no estado de Alagoas. Renan nega as acusações.
A renúncia faz parte da estratégia do peemedebista para ser absolvido em plenário, na votação secreta desta terça-feira.
Licença
A licença de Renan estava marcada para terminar no dia 29 de dezembro. Ele cogitava, inclusive, aguradar a votação da CPMF em plenário para renunciar ao posto.
Com a renúncia de Renan Calheiros, o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), é obrigado a convocar nova eleição à Presidência no prazo de cinco dias.
Absolvição
O peemedebista já foi absolvido em setembro de outra denúncia, apresentada pelo PSOL, em que era acusado de pagar despesas pessoais com recursos do lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Junior.
Na votação, apenas 35 senadores votaram pela cassação de Renan. Para que um parlamentar fique sem mandato, são necessários 41 votos favoráveis à cassação.
Nesta tarde, Renan será julgado pelos outros senadores e, se for condenado, perderá o mandato.