Trabalhadores sem-terra comemoram aquisição de casas
O superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas, Gilberto Coutinho, participou esta semana do ato de entrega de mais 115 casas no assentamento Belo Horizonte, em Novo Lino. O assentamento, criado no ano passado, tem capacidade para 260 famílias em uma área de 1,9 mil hectares. A entrega das casas faz parte de uma programação na qual já foram garantidos 32 milhões de reais para construção, reforma, apoio e fomento nos assentamentos em todo o Estado.
Do total de recursos, 16 milhões de reais já foram liberados e outros 16 milhões vão ser empenhados até o dia 15 de dezembro. Somente no assentamento Belo Horizonte os investimentos são da ordem de 1,8 milhões de reais. Para Gilberto Coutinho a entrega da casa simboliza a posse concreta da terra; é mais uma etapa cumprida no processo de reforma agrária. “É sair da lona e abrir portas”, afirma.
As famílias, que acampavam na área há nove anos, receberam as chaves com alegria e emoção. “Muitos choraram” disse o líder do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Waldemir Agostinho, que também ressaltou que receber a terra é importante, mas a casa liberta o trabalhador da lona. Waldemir lembrou ainda que durante o tempo em que eram acampadas as famílias sofreram com seis despejos e um assassinato. “Chegaram a dizer que a posse nessas terras não era viável porque pertenciam a um ex-governador. Os trabalhadores provaram o contrário”, disse.
No assentamento Belo Horizonte já foram entregues, ao todo, 163 casas e até janeiro de 2008 o Incra entrega mais 97 casas, beneficiando todas as famílias da maior extensão de terras destinadas à reforma agrária na zona da mata de Alagoas.
