O deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT) – em entrevista ao Alagoas24Horas – cobrou um pronunciamento oficial da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa, já que a Operação Taturana atinge em cheio o setor financeiro do Poder Legislativo. A operação desencadeada pela Polícia Federal apura irregularidades na folha salarial daquele poder, na ordem de R$ 200 milhões.
Paulão destacou ainda que esta é a terceira operação da PF em Alagoas. “Já houve a ‘Carranca’, a ‘Gabiru’ e agora aparece esta que atinge a Assembléia Legislativa de Alagoas. Não posso avaliar a operação porque isto cabe aos órgãos que a desencadearam. O que posso é avaliar o resultado da operação”, comentou.
Na avaliação de Paulão, as operações que ocorrem em Alagoas denotam fraudes envolvendo desvio de dinheiro público e isto é muito grave. “Na realidade, depois que o presidente Lula assumiu dá para perceber que houve mais fiscalização do dinheiro público. A operação denigre ainda mais a imagem do Estado de Alagoas, atingindo diretamente os parlamentares”, colocou.
O deputado petista revelou ainda que foram apreendidos os computadores do setor financeiro da Assembléia Legislativa e às informações que neles contém só são de acesso da Mesa Diretora. “Ora, compete então aos parlamentares que compõe a Mesa Diretora dá um pronunciamento oficial. Quem tem que dizer o que está acontecendo são eles, que pelo que estou sabendo, até o presente momento não emitiram nenhuma nota oficial sobre o assunto, mesmo tendo um assessor bastante competente”, salientou Paulão.
“A sociedade quer uma resposta. A operação não é novidade. Apenas saímos do campo da especulação e passamos a concretude”, disse ainda Paulão. O deputado colocou ainda que o agente público que tiver culpa comprovada tem que pagar, mas tem que ser dado a ele, “o amplo direito do contraditório”.
Coincidências
O petista destacou ainda que a Operação Taturana foi cercada de coincidências. “Veja só, o novo superintendente da Polícia Federal (José Pinto Luna) assumiu na terça-feira e hoje já foi desencadeada a operação. Outra coincidência, é que me parece que o general Sá Rocha saiu de Alagoas. Eu acho inclusive que o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) tinha conhecimento de alguma coisa, mas o que falo é no campo das conjecturas”, colocou.
Nestas conjecturas de Paulão, está a hipótese do secretário de Defesa Social, Sá Rocha, ter contribuído de alguma forma nas investigações da Polícia Federal. Indagado sobre o fato do Tribunal de Contas do Estado não ter detectado irregularidades na Assembléia Legislativa antes da Polícia Federal, o deputado Paulo Fernando dos Santos declarou:
“O Tribunal de Contas daqui não possui uma história bonita. Ele já aprovou as contas de Satuba, quando foram detectadas irregularidades pela Controladoria Geral da União e aprovou as contas do ex-governador Ronaldo Lessa, que segundo o governo atual deixou restos a pagar, então…”, finalizou o deputado.
