A prisão temporária dos acusados de envolvimento na Operação Taturana se encerra nesta segunda-feira, dia 10, quando deve depor o presidente da Assembléia Legislativa de Alagoas, deputado estadual Antônio Albuquerque (Democratas). A operação apura o envolvimento de pelo menos nove parlamentares alagoanos em um esquema de fraude na folha salarial do Poder Legislativo.
De acordo com as investigações da PF, q quadrilha teria desviado R$ 200 milhões em cinco anos. Além dos nove deputados, mais de 30 pessoas são apontadas como integrantes da quadrilha, entre elas o ex-presidente do Legislativo e ex-deputado Celso Luiz (PMN) e o ex-deputado estadual Gilberto Gonçalves (Demcoratas). Os dois se encontram presos, juntamente com assessores, empresários e funcionários de agências bancárias. Até o ex-comandante da Polícia Militar, coronel Acírio do Nascimento foi preso. Ele teve a prisão revogada no dia de hoje.
Durante o fim de semana depuseram os deputados estaduais Nelito Gomes de Barros (PMN), Maurício Tavares (PTB), Dudu Albuquerque (PSB), Edival Gaia Filho (PSDB) e Arthur Lira. Este último compareceu – como previsto – a sede da Polícia Federal de Alagoas, na manhã de hoje. Lira apareceu acompanhado do advogado Fábio Ferrario. Destes, apenas Dudu Albuquerque nunca fez parte da Mesa Diretora, que é de onde – supostamente – partia o esquema que adulterava as Declarações de Imposto de Renda retido na fonte.
De acordo com informações da própria Polícia Federal, o esquema foi descoberto com o auxílio da Receita Federal, que participou diretamente das investigações. A folha da Assembléia Legislativa era gerada em um escritório de informática, localizado na cidade de Olinda (PE). O local também foi vasculhado pelos policiais federais. Um agente foi preso, sob a acusação de vazamento de informação.
Arthur Lira depôs – na manhã de hoje – por pouco mais de 1 hora. Na saída, Lira – assim como já tinha feito Maurício Tavares – evitou falar com a imprensa e disse que não sabe ainda do que está sendo acusado. O deputado pode ainda voltar a ser ouvido. Dos nove deputados, a PF ainda não ouviu Isnaldo Bulhões (PMN), Antônio Albuquerque, e Cícero Ferro (PMN), que se encontra preso por porte-ilegal de arma. Ele teve prisão homologada pela PF. O depoimento de Isnaldo Bulhões ainda pode acontecer no dia de hoje.
Outros que depuseram hoje à tarde foi o empresário Marcelo Martins e o soldado Hermes Tojal. Amanhã, o primeiro depoimento é o do deputado Cícero Amélio (PMN), recentemente eleito para o Tribunal de Contas. O depoimento é previsto para as 9 horas. No período da tarde, devem comparecer à sede da Polícia Federal, Antônio Albuquerque – às 14 horas – e Cícero Ferro, às 17.