A notícia do assassinato da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto provocou uma onda de violência no Paquistão nesta quinta-feira (27). Policiais foram baleados, casas invadidas e saqueadas e carros foram incendiados em várias cidades.
A polícia paquistanesa dispersou com cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo mais de cem manifestantes na cidade de Peshawar (no noroeste do país) que protestavam contra o assassinato da ex-primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto.
Mais de uma centena de partidários de Bhutto bloqueavam a avenida principal da cidade, onde incendiaram cartazes publicitários, carros e ônibus. Eles gritavam palavras hostis ao presidente Pervez Musharraf. Uma delegacia de polícia foi apedrejada.
Tiros também foram ouvidos. Aparentemente, alguns manifestantes enfurecidos estavam armados e atiraram para o alto. Ainda não há informações sobre feridos.
Manifestações também foram registradas na cidade de Multan (no centro do país), onde uma centena de partidários do Partido do Povo Paquistanês (PPP) de Bhutto queimaram pneus e bloquearam a circulação. Os comerciantes locais decretaram três dias de luto.
As lojas também estavam fechadas em Karachi, o feudo político de Benazir Bhutto, onde manifestantes incendiaram pneus e bloquearam estradas.
"É uma tragédia terrível… Que Allah salve o Paquistão!", afirmou Shahina Begum, um morador de Karachi.
A corte, vários bancos e outros prédios de Jacobabad, cidade natal do primeiro-ministro paquistanês, também foram incendiados.
Outras cidades menores estão registrando atos de vandalismo após a divulgação da morte de Bhutto.
Com o governo ciente das manifestações, as forças policiais e paramilitares do Paquistão foram colocadas em alerta vermelho nesta quinta-feira, informou o Ministério do Interior paquistanês.
Reunião de emergência
O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, convocou uma reunião de emergência e fez um apelo público à paz, horas após o assassinato da ex-premiê Benazir Bhutto.
Segundo a televisão estatal do Paquistão, o chefe de Estado, que presidia reunião de emergência de seu governo e das autoridades militares no palácio presidencial de Islamabad, pediu aos cidadãos para neutralizaram "os desígnios diabólicos dos terroristas".