As chuvas que caem desde a madrugada na cidade já mobilizam 70 profissionais e sete veículos da Defesa Civil Municipal. A operação estado de alerta máximo faz parte do Plano de Contigência do Inverno 2005, executado pela Prefeitura Municipal e que prevê o monitoramento de áreas de risco e socorro às vítimas de deslizamentos.
Segundo o coordenador da Defesa Civil no município, Adriano Augusto de Araújo Jorge, Maceió possui 57 áreas de risco máximo, com domicílios em situação precária, que podem desabar a qualquer momento.
Quantos são os pontos considerados precários e que apresentam maior risco de desabamento?
Existem em Maceió 175 assentamentos precários. São moradias em áreas de invasão, favelas e encostas, casas ou barracos edificados às margens de córregos, rios, lagoas e grotas. As áreas de alagamento, como a Favela Sururu de Capote, por exemplo, apresentam riscos de baixo a médio, outras zonas de risco alto, consideradas mais graves, são a Grota do Rafael, da Cicosa e a Rua Santa Helena, no Jacintinho, onde a forte erosão agravada pelas chuvas pode provocar vários desabamentos.
Diante de tantas áreas de risco, como a Defesa Civil tem conseguido monitorar a cidade?
A previsão da meteorologia para este final de semana, com chuvas fortes, nos mantém em alerta permanente, mas há 18 dias, permanecemos prontos para intensificar ações, mobilizando equipamentos e profissionais de socorro. Contamos com o apoio do radar meteorológico da Universidade Federal de Alagoas, que é o reforço para nosso sistema.
E como opera esta tecnologia?
Este radar é o segundo do país e é praticamente infalível. A tecnologia prevê a medição da quantidade de chuvas a uma distância de até 380 quilômetros de Maceió e com seis horas de antecedência. Isso tem nos permitido agir com rapidez e precisão na transferência e desalojamento de prováveis vítimas.
Hoje quantas são as pessoas desabrigadas pelas últimas chuvas?
A cidade possui um total de 60 pessoas desalojadas, que são aquelas transferidas das áreas de risco, mas que conseguiram abrigo temporário na casa de parentes e amigos. Somente consideramos desabrigadas, sete pessoas. Outras 45, vítimas de desabamentos e desalojamento no início do período chuvoso, já foram transferidas pela Prefeitura para uma vila de casas no Mucambo, bairro Santa Lúcia.