A comissão parlamentar mista de inquérito que investiga denúncias de corrupção nos Correios vai ouvir amanhã, a partir das 9h, três pessoas envolvidas com a gravação e a divulgação do vídeo que flagrou o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material da estatal Maurício Marinho, recebendo propina. São eles: Joel Santos, advogado que se apresentava como Goldman na gravação; Jairo Martins, ex-agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) suspeito de ter entregado a fita à imprensa; e Arlindo Molina, oficial reformado da Marinha, acusado de chantagear o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) com a gravação.
O presidente da CPI dos Correios, senador Delcidio Amaral (PT-MS), deve definir ainda nesta segunda-feira (27) se deixa a liderança do PT para dedicar-se integralmente às investigações da comissão. Na semana passada, ele se queixou de não ter conseguido ir ao Plenário orientar a bancada em relação às votações por causa do volume de trabalho da CPI. Delcidio deve anunciar sua decisão após a reunião da bancada do PT, prevista para as 19h, de acordo com informações da assessoria do senador.
Outra deliberação pendente diz respeito ao recesso parlamentar, que deveria ocorrer a partir do dia 1º de julho, e sobre a continuação dos trabalhos da CPI nesse período. O Regimento Interno da Câmara permite que a comissão funcione durante o recesso, mas o do Senado é omisso. Se houver acordo, a CPI funcionará.
O ponto alto da semana será o depoimento, nesta quinta-feira (30), às 15h, do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que foi citado por Marinho como o cabeça do esquema de corrupção nos Correios. Depois disso, o deputado acusou o PT de pagar mesada a parlamentares do PP e do PL – partidos da base do governo – para votarem de acordo com a orientação governista.