O Brasil aparece no 51º lugar no relatório O Poder das Mulheres, Avaliação das Disparidades Globais de Gênero, que avalia as desigualdades de gênero em 58 países. O estudo, publicado pelo Fórum Econômico Mundial, será apresentado hoje em Brasília, com a presença da ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire.
Segundo a ministra, o Brasil está nessa posição por causa, principalmente, das situações de violência contra as mulheres e das desigualdades no mercado de trabalho. Em primeiro lugar, aparece a Suécia e em último, o Egito. O Brasil fica atrás de países como a Costa Rica, que ocupa a 18ª posição, e o Uruguai, que aparece no 32ª lugar.
"Nós esperamos que, com a implementação do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, nós estejamos dando um passo decisivo para que o país saia dessa posição, que é uma posição que eu diria que é no mínimo constrangedora para nós", disse Nilcéia Freire.
A ministra disse que as conclusões do relatório não a deixaram surpresa. "Não recebo com surpresa. A situação de desigualdade entre homens e mulheres no país é conhecida, por isso é que nós existimos. Foi essa compreensão do tamanho dessa desigualdade que fez com que o presidente Lula, correspondendo ao anseio das mulheres, dos movimentos sociais, constituísse a secretaria".
No entendimento de Nilcéa Freire, para mudar o quadro não basta a ação do poder público. "É preciso não só ação do governo no sentido de criar, implementar políticas que possibilitem às mulheres maior autonomia, iguais oportunidades, mas também que possibilitem às mulheres de maneira solidária, mas também muito combativa, disputarem esse espaço na sociedade, porque nenhum governo vai acabar com o machismo historicamente construído", destacou a ministra.