Apesar de várias visitas realizados ao presídio e da tomada de depoimentos de agentes civis, a Polícia ainda não conseguiu indiciar nenhum responsável pela última rebelião ocorrida na Unidade Prisional Rubens Quintella, no mês passado. O crime resultou em dois mortos, sendo que um deles – confirmado pelo laudo cadavérico do Instituto Médico Legal Estácio de Lima – por arma de fogo.
Este fato levou a Polícia Civil suspeitar da participação de agentes penitenciários na morte dos detentos, ou pelo menos, que o verdadeiro motivo do motim seja maus tratos e tortura.
Os agentes que foram ouvidos pelo delegado que preside o inquérito, Denisson Albuquerque confirmaram terem efetuados disparos de arma de fogo, mas apontando para o teto.
Albuquerque resolveu então solicitar uma perícia minuciosa na Unidade Prisional, a primeira logo após o incidente, e a segunda hoje pela manhã. O inquérito segue quando o laudo ficar pronto, quando novas pessoas que trabalham na guarda do presídio devem ser ouvidas. As armas dos agentes também serão submetidas à perícia.
No entanto, o delegado Albuquerque adiantou que “havia buracos de balas nas paredes da cela, numa altura que daria para atingir o tórax de uma pessoa. Logo, não houve apenas disparos para cima”.
De acordo com o delegado, o resultado do laudo do Instituto de Criminalística pode mudar os rumos das investigações. Várias áreas do presídio – principalmente no módulo II, onde ocorreu a rebelião – foram isoladas pelo Instituto de Criminalística e por esta razão, não foi permitida a entrada da imprensa.
Everaldo Patriota
O discurso mais forte em relação à rebelião na Unidade Prisional Rubens Quintella é do representante do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Everaldo Patriota que chegou a discutir com membros da direção do presídio.
Patriota pede a facilitação das investigações por parte dos funcionários da Secretaria de Defesa Social. Na semana passada, quando os agentes penitenciários foram ouvidos pelo delegado Denisson Albuquerque, Patriota também compareceu a delegacia para ler os depoimentos.
Conforme Patriota, os direitos humanos têm que ser garantidos, mesmo dentro do sistema penitenciário. É com este discurso, que todos os trâmites do inquérito estão sendo vigiados pelo representante do Conselho Estadual de Direitos Humanos.