O governador Ronaldo Lessa viaja na próxima segunda-feira, dia 18, para a República de Cabo Verde, na África, onde participa de uma série de encontros para discutir projetos de intercâmbio nas áreas econômica e cultural. Na terça-feira, pela manhã, ele participa de uma reunião na Câmara Econômica, na cidade de Praia, capital cabo-verdiana. À tarde, ele participa de um encontro na Universidade de Cabo Verde, onde haverá um debate sobre a história do Quilombo dos Palmares.
Na quarta-feira, 20, o governador se reúne com representantes do Ministério da Cultura daquele país e na quinta-feira tem audiência com o presidente Pedro Pires, no Palácio da República. Em seguida, terá uma audiência com o primeiro-ministro, José Maria das Neves.
O governador viaja acompanhado de uma comitiva formada pelos secretários de Desenvolvimento Econômico, Arnóbio Cavalcanti; de Defesa e Proteção das Minorias, Zezito Araújo, e do superintendente de Audiovisual, Chico de Assis, que embarcam nesta sexta-feira.
Segundo Chico, um dos principais motivos da ida a Cabo Verde é a produção do filme “A Ilha dos Escravos”, que terá 70% das cenas filmadas em Marechal Deodoro. O filme começa a ser rodado em setembro. Só que os produtores começam a chegar em agosto. Ele destacou a importância da realização da produção em Alagoas, que vai movimentar a economia local. “Muitos atores do elenco do apoio serão selecionados aqui. Além disso, os cerca de 1.500 figurantes serão todos do Estado”.
O superintendente de Áudiovisual ressalta ainda que os produtores do filme pretendem aproveitar a mão-de-obra local para realização de serviços de costura, pintura, marcenaria, entre outros. “Eles também vão investir na qualificação da mão-de-obra e deverão conviver com a comunidade entre dois a três meses”. As filmagens também deverão atrair um grande número de jornalistas a Alagoas. “Os produtores terão todo o cuidado para não danificar o patrimônio histórico da cidade”.
O filme “Ilha dos Escravos” será dirigido pelo diretor português Francisco Manso e terá no elenco atores brasileiros como Milton Gonçalves, Zezé Mota, Thaís Araújo e o próprio Chico de Assis, além de artistas portugueses, moçambicanos e cabo-verdianos.
O filme conta a história de um naufrágio de um navio francês na ilha de Cabo Verde que resulta numa revolta de negros escravos e tem como pano de fundo o amor entre um negro escravo e uma branca. Ele está sendo produzido pela Europa Cinemate e pela produtora brasileira MPC. O projeto é co-produzido por Portugal, Alemanha, Espanha, Brasil, Cabo Verde e França. “As locações em Marechal Deodoro vão retratar a Ilha do Cabo Verde”.
Chico de Assis destacou a importância dessa integração de Alagoas aos países colonizados por Portugal. “Trata-se da busca de nossa identidade cultural, e o filme confirma um protocolo assinado para uma maior integração dos países de língua portuguesa”.
Cabo Verde é um arquipélago de 10 ilhas originalmente desabitadas, descobertas por Portugal no século XV. Tornou-se independente em 1975 e hoje é uma república parlamentarista. O país detém grande cooperação econômica com Portugal, que resultou na indexação de sua moeda, o escudo cabo-verdiano, ao euro, e no crescimento de sua economia interna. Os cabos-verdianos são descendentes de antigos escravos africanos e dos seus senhores portugueses. Grande parte de sua população é emigrante estrangeiro.
A língua oficial é o português, usada nas escolas, administrações e publicações, mas a língua nacional é o crioulo. As origens da cultura cabo-verdiana estão numa mistura africana e européia. Na música há diversos gêneros musicais próprios, dos quais se destaca a morna. A literatura cabo-verdiana é uma das mais ricas da África lusófona. Na culinária, os pratos típicos são a catchupa, pontche, funguim, fedjoce e bolachas de cabo verde.