Após ter divulgado uma nota em que classificou os integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios de “bestas-feras”, o presidente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Mauro Marcelo de Lima e Silva, foi afastado do cargo, em função de pressões desencadeadas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL). As declarações do senador alagoano comprovam o repúdio à postura de Mauro Marcelo.
Renan disse que “se esse destrambelhado fosse funcionário do Senado, já estaria demitido". Ainda segundo ele, o Congresso deve processá-lo pelas referências aos parlamentares. "Juridicamente, eu vou encaminhar todas as providências possíveis, interpelar, processar…", afirmou. "Não aceito ofensa à CPI", ressaltou. Nervoso, Renan ainda denominou o diretor da Abin de "aprendiz de araponga".
Nota íntegra
Há mais de um mês acompanhamos com perplexidade o envolvido do nome da Abin com o caso dos Correios. Por mais de uma vez já informei aos senhores da lisura de nossa participação na coleta de dados e produção de conhecimento nesse evento.
Tentamos até a última hora evitar o depoimento do Lange na CPI, mas não foi possível. Os estragos à atividade profissional do Lange, mais os estragos a nossa reputação, só poderão ser avaliados com o tempo.
Neste exato momento, o que devo fazer é elogiar a conduta profissional de Lange, como um verdadeiro herói ao enfrentar as bestas-feras em pleno picadeiro. Estou, pessoalmente, tentando entender a falta de empenho da AGU na proteção de nosso servidor.
Isso poderia ter acontecido com qualquer um de nós. Desse episódio vamos tirar muitas lições, mas lembrem-se, só podemos consertar o telhado com o tempo bom.
Abraços,
Mauro Marcelo de Lima e Silva
Diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência