Hoje em entrevista, a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) reclamou da pequena quantidade de documentos oficiais recebidos pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios. A senadora acredita que o Palácio do Planalto esteja "obstaculizando" a atuação da comissão e disse que dessa forma os parlamentares são obrigados a trabalhar mais com informações do jornalismo investigativo do que com documentos oficiais.
Heloísa Helena afirmou que os únicos documentos que chegaram à CPI são relativos a saques realizados em espécie em algumas agências bancárias. A senadora acredita que os parlamentares precisam ter acesso a outras informações bancárias, especialmente as quebras de sigilo já aprovadas. Heloísa Helena citou como principais documentos já pedidos pela comissão e ainda não recebidos as quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico; dados da Controladoria Geral da União, contratos, atas de reuniões dos Correios e aditivos contratuais.
Sobre os depoimentos realizados ontem , a senadora destacou como mais importante a informação de que a empresa Promodal, que teria doado R$ 500 mil para a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, foi beneficiada pelos Correios com um contrato de R$ 100 milhões anuais por meio da empresa afiliada Beta.
Já em relação a documento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em que o então diretor da Abin, Mauro Marcelo, comparou a comissão a um "picadeiro" onde atuam "bestas-feras", a senadora destacou que o papel da Abin é realizar serviço de inteligência e não fazer "ameaças veladas a parlamentares".
Heloísa acredita que quem divulgou a carta de Mauro Marcelo – que era um documento interno da agência – deve ter sido alguém "incomodado com essa conduta". Mas destacou que a preocupação não deve ser com quem liberou o documento e sim com a atitude que espelha.