Em entrevista concedida após a posse do secretário Extraordinário, Eduardo Canuto, o governado Ronaldo Lessa declarou não se sentir arrependido de ter aceito o apoio do deputado federal João Caldas e de tê-lo acolhido em seu governo. “Não me arrependo, é uma tentativa. A gente está muito cansado de denúncias que, depois não se provam; deixem provar. Se realmente o deputado estiver envolvido, aí sim, saberemos que decisão iremos tomar. Mas eu não posso agora, a priori, condená-lo porque alguém disse que ele estava recebendo [ o Mensalão]”, afirmou Lessa.
As declarações do govermador repercutem as denúncias veiculadas na imprensa, no último final de semana, dando conta do envolvimento dos deputados federais alagoanos, João Caldas (PL) e Benedito de Lira (PP) como recebedores do Mensalão.
Quanto à probabilidade de afastá-lo do governo e, não mais aceitar o apoio de caldas, o governador afirmou que “quero a prova da culpa dele para poder trabalhar; não vou trabalhar por hipóteses. Já vi muito isso no passado, pessoas que foram condenadas, quando na verdade não tinham responsabilidade”, sentenciou.
Quanto ao fato de estar abrindo mais espaço no governo para o PV – que ganhou a secretaria Extraordinária com a posse de Canuto – Lessa justificou sua decisão dizendo que “não se trata de dar mais espaço para o PV. Para você ver, o PCdoB não tem nem deputado, tem um vereador só e, tem a secretaria da Cultura e a da Ciência e Tecnologia. Só não está aqui o PPS [de Régis Cavalcante] porque não quis”, disse Lessa, mostrando que a decisão de ingressar no governo estadual só depende da direção em Alagoas.
Na lista, entregue por um ex-funcionário graduado pelo Partido Progressista (PP), à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, constam os nomes de 22 deputados federais, entre eles, os dos dois parlamentares de Alagoas e do presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP) – que defende o nepotismo – além do corregedor-geral da Casa, Ciro Nogueira (PI), responsável pela apuração das denúncias contra outros deputados.
Agora à noite, o deputado João Caldas não negou que tenha recebido o Mensalão, limitando-se a justificar que “a Câmara já sabe de onde partiu a lista”, já Benedito de Lira, garantiu que tudo não passou de um equívoco, uma vez que “meu nome foi confundido com outro deputado também do PP que é meu amigo”.
A relação
Os outros nomes citados na lista do informante são: Pedro Henry (PP-MT), Pedro Corrêa (PP-PE), Mario Negromonte (PP-BA), Ciro Nogueira (PP-PI), Leodegas Tiscoski (PP-SC), Nelson Meurer (PP- PR), Dilceu Sperafico (PP-PR), Ricardo Fiúza (PP-PE), Júlio Lopes (PP-RJ), Marcio Reinaldo Moreira (PP-MG), Nilton Baiano (PP-ES), Augusto Nardes (PP-RS), Ronivon Santiago (PP-AC), Benedito de Lira (PP-AL), Alexandre Santos (PMDB- RJ), João Caldas (PL-AL), Íris Simões (PTB-PR) e Dr. Heleno (PMDB-RJ).