Sem acordo, instalação da CPI do Mensalão é adiada

Foi adiada para esta quarta-feira (20), às 11h, a instalação da comissão parlamentar mista de inquérito que vai investigar a denúncia do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), de que o Partido dos Trabalhadores (PT) estaria pagando mesadas – o chamado "mensalão" – para deputados de partidos que compõem a base parlamentar do governo Lula. A decisão foi tomada na reunião entre as lideranças partidárias e o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, nesta terça-feira (19).

Ao final da reunião, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) disse que não quer repetir o mesmo processo conflituoso pelo qual passou a CPI dos Correios para escolha do presidente e do relator. Virgílio disse que os governistas estão quebrando a praxe de, havendo comissão mista, a maior bancada da Câmara dos Deputados indica um nome para uma posição estratégica e a maior bancada no Senado indica um nome para a outra, fazendo rodízio na comissão seguinte.

– Eles não podem continuar fingindo que são maioria sem serem, em cada comissão que se instale. Nesta, eles terão cinco (integrantes) e nós seis. Seis é mais do que cinco, tanto quanto eu me informei com a minha professora dona Romélia, que foi quem me ensinou os primeiros números. O nosso candidato é o deputado Raul Jungmann, por consenso ou pelo voto. Se houver disputa, vamos lutar pela presidência – afirmou.

Para Virgílio, mesmo que os governistas indicassem o presidente e o relator da CPI do Mensalão, ainda assim não conseguiriam impedir a investigação. Ele assinalou que a sociedade e a imprensa estão vigilantes e não permitirão tentativas de abafar as apurações ou "qualquer estripulia".

O líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que, do seu ponto de vista, a presidência da CPI do Mensalão caberia ao PMDB do Senado e a relatoria ao PT da Câmara dos Deputados. Ele disse que, agora, tem início o diálogo e as conversas porque, além das indicações partidárias, a solução também depende do nome que está sendo proposto. Mercadante disse também que o PT da Câmara deseja indicar um nome da base do governo.

– Nós sustentamos o nome do [senador] Delcidio Amaral (PT-MS) e o tempo está nos dando razão. A CPI [dos Correios] funciona muito bem, com equilíbrio, sem qualquer tipo de questionamento aos procedimentos. Portanto esse é caminho que queremos assegurar para esta CPI [do Mensalão]: que ela possa trabalhar de forma complementar à outra CPI, para impulsionar a agilizar as investigações – afirmou.

Fonte: AGËNCIA SENADO

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