As 21 pessoas, sendo 18 deles policiais civis e militares dos estados de Sergipe e Alagoas (13 de Sergipe e 5 e Alagoas), que foram detidos ontem pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na cidade de Cachoeirinha, no Agreste de Pernambuco, a 174 quilômetros do Recife, prestaram depoimentos hoje pela manhã na delegacia de Belo Jardim.
Eles são acusados de realizar escolta clandestina e de porte ilegal de armas de fogo. De acordo com o delegado da 15ª Seccional, Rômulo Souza, os policiais militares foram encaminhados para o 15º Batalhão da Polícia Militar de Belo Jardim. Já os polícias civis ficaram na delegacia de Belo Jardim.
Os civis José Alves dos Santos, Jadson de Melo Santos, Augusto César Santos de Jesus, todos motoristas, serão levados daqui a pouco para cadeia pública de Cachoeirinha.
“Os superiores deles entraram em contato comigo e disseram que os policiais sempre tiveram uma boa conduta em seus trabalhos, mas eles queriam fazer um ‘serviçozinho’ para melhorar a renda”, afirmou Souza. O delegado revelou ainda que era cobrado cerca de R$ 60 por policial pelo serviço de escolta.
Para o delegado de Jataúda, Aristides Porpino, os policias disseram que não sabia que estavam cometendo um crime. “Eles desconheciam (que era crime). Eles possuíam porte de arma, porém uma lei proposta no ano passado não permite que policiais civis e militares, mesmo com porte de arma, circulem entre os estados. A não ser que haja uma autorização prévia”, esclareceu.
Segundo o policial não causou surpresa a prisão dos policiais. “A gente sabe que tem policiais trabalhando em empresa de segurança, mas neste caso a empresa era clandestina”, disse Porpino.
Ainda durante a operação “De Olho na Rota” da Polícia Rodoviária Federal (PRF) também foram presas quatros pessoas por transportarem DVDs e CDs piratas. Elas foram ouvidas e encaminhadas à cadeia pública de Cachoeirinha. Trinta e sete ônibus vindos de Arapiraca (AL) e Aracaju (SE) com destino à feira da Sulanca, em Caruaru, foram parados pelos patrulheiros da PRF.
Na abordagem, que começou à meia-noite, na BR-423, foram apreendidas 23 armas, sendo 14 pistolas, seis revólveres, uma espingarda 12 e duas metralhadoras de uso exclusivo da Polícia Civil. Ainda foram apreendidos 343 cápsulas de diversos calibres.
Procurado pela Agência Nordeste, o secretário de Defesa Social de Alagoas, Robervaldo Davino, disse que não vai se pronunciar sobre o caso, pois “não foi comunicado oficialmente a respeito”.
O secretário afirmou ter conhecimento de que policiais fazem “este tipo de serviço”, mas que se for confirmado o porte ilegal de armas, previsto no Estatuto do Desarmamento, “os policiais terão que ser punidos”, finalizou.