Toda a sociedade incluído o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deseja que se investiguem as denúncias de irregularidades contra o governo, disse hoje o presidente do Senado, Renan Calheiros. Ao final de sessão do Congresso Nacional, ele destacou que as instituições estão funcionando normalmente, revelando a maturidade do país. E preferiu não opinar sobre quem poderá sair da crise como culpado.
– Não quero entrar no mérito da investigação. Tenho que conduzir esse processo com absoluta isenção e responsabilidade. Todo mundo quer que se investigue. O presidente da República é quem mais tem interesse em que essa investigação se processe. Eu tenho absoluta certeza de que vamos chegar a bom termo. Nós vamos, com os resultados da investigação, fazer a separação entre os bons e os maus homens públicos – previu.
De acordo com Renan, as investigações estão se conduzindo exatamente da forma como deseja a sociedade. Ele explicou que seu papel, como presidente do Congresso, é o de trabalhar pelo fortalecimento da investigação. O senador lembrou ter sempre defendido a instalação das atuais comissões parlamentares de inquérito. Para o presidente do Senado, é possível intensificar o trabalho de investigação.
– Também recomendei, para dar qualidade e celeridade à investigação, que se contratassem peritos contábeis e fiscais, assim como auditores tributários. Sugeri também que se criasse uma espécie de conselho de sub-relatores nas diversas CPIs, para operar esse intercâmbio de informações, a fim de evitar redundâncias e superposição de trabalho. Assim, uma comissão que já tivesse ouvido alguém poderia passar suas informações para outras comissões, para avançar no calendário – relatou.
Renan observou também que não foi ele quem insistiu na instalação da CPI do Mensalão, mas o líderes partidários. Ele lembrou que setores da oposição chegaram a ajuizar no Supremo Tribunal Federal um requerimento para a instalação da CPI do Mensalão.
– E nós fizemos com esse requerimento o mesmo que fizemos com os outros requerimentos de CPI. Os fatos determinados são diferentes, mas os personagens parecem comuns. Por isso, defendo a criação desse colégio de sub-relatores. Nada melhor do que avançar na investigação, disponibilizando as informações de uma CPI para outra. É necessário que uma comissão some esforços com a outra, para que a gente possa apresentar resultado em tempo recorde. O Brasil não quer viver permanentemente na crise. Todo mundo torce para que o país saia da crise, mas a única maneira de isso acontecer e de ver-se resgatada a imagem do Congresso Nacional é investigando e, se for o caso, punindo exemplarmente – concluiu.