Os benefícios da Própolis Vermelha, produto tipicamente alagoano, serão apresentados no dia 23 de agosto no Congresso Internacional da Apimondia, em Dublin, Irlanda. O responsável pela apresentação é professor da Universidade de São Paulo (USP) Severino Alencar, que pesquisa esta especiaria há cinco anos.
O trabalho apresentado por Alencar foi construído baseado no diagnóstico feito pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas em Alagoas (Sebrae/AL) em 2004, onde são demonstradas as propriedades antioxidante, antiinflamatória e antibiótica da própolis; além da sua contribuição econômica para a sociedade.
O Congresso Internacional da Apimondia visa facilitar o intercâmbio de informações e debater em torno de novas idéias e oportunidades de negócios.
“Não tenho dúvidas, pelos resultados obtidos, que essa própolis irá no futuro ganhar o cenário internacional. A mentalidade mundial hoje é para a utilização de produtos naturais. Vários produtos naturais brasileiros já estão sendo muito valorizados no mercado europeu”, diz o professor, mestre em agronomia e doutor em Bioquímica de Alimentos pela Unicamp.
Própolis
A própolis é uma substância constituída primariamente de resíduos coletados pelas abelhas de diferentes partes das plantas, como brotos e botões florais, sendo transportados para dentro da colméia e modificados pelas abelhas por meio da adição de secreções próprias. Entretanto, a sua composição pode variar de acordo com as espécies vegetais de cada região e a variedade da abelha rainha.
Segundo a coordenadora do Programa de Apicultura do Sebrae em Alagoas, Rúbia Solange, o principal diferencial da própolis vermelha é que ela é elaborada pelas abelhas a partir das folhas e flores do cajueiro, daí a cor diferenciada. As produzidas nas Regiões Sul e Sudeste são feitos a partir do alecrim, por isso tem a cor verde.
Pelas suas diversas funções nas áreas de medicamentos, alimentos funcionais e cosméticos, a própolis vem sendo procurada por indústrias de diversos países. No Japão, por exemplo, o produto brasileiro está sendo utilizado em tratamento bucal, para a produção de solução de bochecho, balas, chocolates, cápsulas e etc.
Atualmente, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) aprovou um projeto do professor Severino Alencar para trabalhar com a própolis vermelha de Alagoas no valor de R$ 291 mil reais viabilizando assim os estudos sobre a própolis. O objetivo agora é avaliar a atividade anticâncer desta própolis em 8 tipos de câncer humano, a atividade antiinflmatória e a atividade anticárie, bem como o isolamento das substâncias bioativas para serem usadas como possíveis fármacos.