Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues
O Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimentos, Roberto Rodrigues, está em Alagoas e esteve discutindo junto com o setor sucroalcooleiro alagoano as conjunturas setoriais e os desafios dos produtores em relação à crescente demanda internacional por combustíveis renováveis. Ele participou da Conferência de abertura do XXII Simpósio da Agroindústria da Cana-de-açúcar de Alagoas.
Em entrevista, o Ministro destacou o problema do subsídio da cana. Segundo ele, o relatório realizado pelo Grupo de Trabalho Interministerial está pronto e já foi encaminhado para a Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
A reativação do Programa de Equalização de Custos da Cana-de-Açúcar, o subsídio da cana, é a principal reivindicação do setor. Considerado o maior problema do setor sucroalcooleiro do Nordeste, o subsídio da cana não é repassado desde o final do Governo FHC. Alagoas deixou de receber cerca de R$ 400 mi do programa que foi criado em 1965, época de crescimento acelerado da produção de açúcar no estado de São Paulo. Como o Centro-Sul tem vantagens em relação ao solo, clima e topografia, o Estado de São Paulo se tornou o maior produtor do País. E para equilibrar os custos de produção entre as duas regiões o Governo Federal passou a liberar anualmente o subsídio para o Nordeste.
“A conclusão final por parte da Casa Civil quanto à questão do Programa de Equalização está prevista para acontecer por esses dias. A região Nordeste tem tudo para crescer no setor sucroalcooleiro, basta fazer as coisas certas. Hoje ela está enquadrada como a segunda região com maior produção no mundo”, explicou Roberto Rodrigues.
Quando contestado se a crise política do governo Lula estaria prejudicando a economia rural, o ministro afirmou que “a economia rural está em crise desde o começo do ano, mas a crise do governo não chegou a atingi-la”, disse.
Subsídio da Cana
No total, o subsídio da cana contabilizará a liberação de mais de R$ 400 milhões para todos os estados produtores de cana da Região Nordeste. O setor sucro-alcooleiro de Alagoas será o maior beneficiado com a aprovação da MP pois irá receber metade do montante, que diz respeito às safras 98/99 e 2001/ 2002. O pagamento foi suspenso por causa de denúncias de irregularidades no programa.
Para os produtores de cana, o repasse desses recursos deve impulsionar a economia do setor sucroalcooleiro e possibilitar a realização de mais investimentos. A previsão da Associação dos Plantadores de Cana (Asplana) é que cerca de cinco mil produtores em todo o Estado sejam beneficiados com a liberação do subsídio.
O Programa de Equalização foi criado pelo Governo Federal para equilibrar a produção de cana no País, garantindo para os produtores nordestinos melhores condições de competitividade em relação aos produtores de cana da Região Sudeste. Na prática, o programa funciona como uma espécie de compensação dos altos custos de produção da Região Nordeste.
