Com a morte de Francimar Carneiro, o Cimar Carneira, a polícia de Sergipe acredita que Tetsumi Benevides, filho de Val Carneiro e primo do fugitivo, que é procurado pelas polícias do Rio Grande do Norte e do Ceará, assuma o comando da quadrilha, que é formada por mais de 30 homens e a cada ação criminosa recrutam bandidos de vários Estados do Nordeste.
Tetsumi é considerado de alta periculosidade e um dos foragidos da Justiça mais procurados pela Secretaria de Segurança do Ceará. A informação é de que a história de crimes de Cimar começou depois que ele executou duas pessoas e atentou contra a vida de outra durante um assalto ao supermercado Rebouças, no bairro Santo Antônio, em Natal (RN).
Cimar Carneira
Em meados de 2003, Cimar chegou a ser preso na Bahia. Considerado um dos assaltantes mais perigosos e audaciosos do Nordeste, ele chegou a ser transferido do presídio de Alcaçuz, em Nísia Floresta (RN), porque havia o temor de que o bando de Val Carneiro o resgatasse. Cimar foi encaminhado para a carceragem da Polícia Federal de Fortaleza (CE), que é considerado de segurança máxima, mas o local não o segurou por muito tempo.
No dia 9 de dezembro, ele e José Domingos de Pinho serraram as grades das celas e janelas da área de ventilação que dava acesso à rua, arrastaram-se pelo chão e pularam o muro da PF, chegando à avenida Borges de Melo, no bairro de Fátima — a cinco minutos do Centro de Fortaleza (CE).
O fugitivo tinha um currículo recheado de atrocidades praticadas durante roubos a agências bancárias, dos Correios e carros-fortes nos Estados de Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte e Paraíba. Ele é condenado a mais de 100 anos de reclusão e antes de escapar da carceragem da PF havia sido preso em meados de 2003, na Bahia.
A quadrilha liderada por Cimar Carneiro teria praticado mais de 50 roubos a banco na Bahia. A ela também é atribuída a autoria de cerca de 200 homicídios. Um dos assaltos teve como alvo a agência dos Correios de Touros (RN). Na ação, os assaltantes renderam os policiais militares, que foram humilhados e obrigados a dançar ao som da banda Calcinha Preta em via pública no centro da cidade norte-rio-grandense, enquanto os criminosos atiravam para o chão.
Ações na Paraíba
Em janeiro de 2005, a quadrilha agiu no município paraibano de Sapé, onde assaltou simultaneamente as agências do Bradesco, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. A ação foi praticada por 20 homens encapuzados, armados com metralhadoras e fuzis AR-15.
Vestindo jaquetas da Polícia Civil e coletes à prova de balas, o bando invadiu a cidade atirando para o alto e metralhando a delegacia, veículos e vidraças das agências bancárias. Antes de invadir os bancos, os assaltantes danificaram a rede elétrica à bala e atiraram contra uma loja da cidade, deixando uma pessoa ferida.
Ainda na Paraíba, o grupo roubou a agência de Uiraúna, ação na qual um tenente da Polícia Militar do Rio Grande do Norte acabou executado durante o confronto com o bando. No Rio Grande do Norte, dentre os roubos praticados estão as agências das cidades de Apodi e Campo Grande. O bando também agiu em Pernambuco assaltando agências e praticando assassinatos.