Brasília (DF) – Os funcionários do Banco Central decidiram que no próximo dia 18 irão realizar uma "paralisação de advertência" de 24 horas. A decisão foi tomada em assembléias realizadas nas dez regionais do país. As assembléias ocorreram durante paralisações parciais que duraram de duas a três horas.
Os funcionários do BC reivindicam um reajuste de 57,64% – índice que se refere à inflação acumulada de junho de 1998 a 2002 (31,13%); reposição de 15% do período de 2003 a 2004; e reposição das perdas salariais, objeto dos 13 compromissos do governo na campanha eleitoral de 2002. A categoria quer que a incorporação de tudo isso seja retroativo a abril de 2005. Além disso, os servidores querem reajustes das diárias de viagem e do vale alimentação.
Segundo o presidente do Sinal (Sindicato dos Funcionários do Banco Central), David Falcão, a adesão hoje foi de cerca de 70% e o departamento mais afetado foi o de meio circulante responsável, entre outras coisas, pela distribuição de dinheiro aos bancos. O mesmo deve ocorrer no dia 18, mas Falcão acredita que a população não deve ser atingida já que a greve irá durar apenas um dia. No entanto, a categoria está disposta a parar por mais dias se não houver avanços na negociação.
A campanha salarial de 2005 foi definida em assembléia geral nacional em abril e a pauta de reivindicações entregue no dia 2 de junho. De acordo com o sindicalista, houve apenas uma reunião entre o BC e os funcionários, no dia 30 de junho, mas não houve acordo. A proposta do governo foi um reajuste de 0,1%. "Não dá para conversar nesses termos", disse Falcão. No país existem 4.700 servidores do BC.