Os familiares do bombeiro morto em treinamnto da corporação, na Lagoa Mundaú, cobra posições mais rígidas do Corpo de Bombeiros em relação aos envolvidos no caso. Emerson Luiz Lima de Cerqueira, 21, teve morte por afogamento a 300 metros das margens da lagoa.
Ele era recém concursado do Corpo de Bombeiros e estava em período de treinamento. Além do futuro ofício de guarda-vidas, Emerson Luiz – se estivesse vivo – se formaria em Econômia este ano. "Era um garoto esforçado e estudioso", definiu o pai José Edilson Soares de Cerqueira.
Revoltados com o caso, amigos e familiares se reuniram – na manhã de hoje – em um protesto na porta do Corpo de Bombeiros, no bairro do Trapiche. As faixas pediam a condenação imediata dos culpados e apoio do Governo do Estado e da Secretaria de Defesa Social.
Segundo o irmão da vítima, Douglas Lima de Cerqueira, Emerson Luiz pediu socorro, mas o instrutor, tenente Wellington e os auxiliares, sargentos Alexandre e Nelson ignoraram o pedido e deixaram o garoto na água. “Eles ainda ficaram dando voltas com o jet-ski em torno do meu irmão. O treinamento sequer tinha equipamentos adequados”.
A data do julgamento foi marcada para os dias 8 e 9 de setembro deste ano. De acordo com o inquérito, o tenente e os dois sargentos serão julgados por crime de homicídio culposo (quando não há a intenção de matar).
“Nós não aceitamos isto. Queremos que eles sejam condenados por crime doloso, pois não se trata apenas de um acidente. Meu filho foi morto. O Corpo de Bombeiros é culpado. Estes homens não podem mais estar aí”, desabafou o pai de Emerson Luiz, José Edílson Soares de Cerqueira.
Mesmo em processo de indiciamento, o tenente Wellington foi promovido a primeiro tenente dentro da corporação do Corpo de Bombeiros. “Este é outro ponto que alimenta a nossa revolta. Como é que um irresponsável como este pode ganhar crédito dos Bombeiros, que é uma instituição séria”, finalizou o pai.
Os Bombeiros
O Alagoas 24 Horas entrou em contato com o coronel Jair Cordeiro. Ele chegou a receber a equipe de reportagem, mas na primeira pergunta feita sobre o caso, ele falou: “Só tenho a dizer que é um fato lamentável e todas as providências cabíveis foram tomadas”.
Cordeiro não quis discutir o caso. “Só dou entrevistas para rádio e para televisão porque o que falo é gravado e registrado. Tenho medo que minhas declarações sejam deturpadas. Não é nada pessoal, espero que você me entenda”, limitou-se a declarar o coronel. O Corpo de Bombeiros não permitiu que o Alagoas 24 Horas ouvisse os demais envolvidos.