O delegado da Polícia Federal, André Santos Costa, indiciou nesta manhã, oito pessoas no inquérito que investiga o desvio, de cerca de R$ 3,6 milhões, da Secretaria Executiva de Saúde. O ex-chefe de Contabilidade da secretaria, Eduardo Martins Menezes, considerado o mentor da fraude, deixou a sede da PF às 12h30, sem falar com a imprensa.
Segundo o delegado André Costa, as pessoas foram indiciadas por apropriação de dinheiro público, o que caracteriza peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Os indiciados foram Eduardo Martins Menezes; sua esposa Maria Auxiliadora Sobral Menezes; sua ex-companheira, Maria Lúcia de Siqueira e Silva; seus três filhos Eduardo Martins Menezes Júnior, João Amaral Menezes Neto e Bruno Sobral Menezes; e suas noras, Jeane Valério de Lima e Kimberly Lins de Mendonça.
Outras pessoas devem prestar depoimento na PF, inclusive, um parente de um político, que o delegado não informou para não prejudicar as investigações. “O inquérito deve ser concluído em alguns dias, falta apenas uma perícia contábil-econômica das contas bancárias”, afirmou André Costa.
No inquérito foram ouvidas mais de 100 testemunhas, 32 somente em Aracaju, onde residia familiares de Eduardo Menezes. Segundo o delegado da PF, os oito indiciados responderão ao inquérito em liberdade e, se forem presos, poderão pegar até dez anos de prisão.
Histórico do esquema
Os recursos federais desviados da Sesau deveriam ser destinados à compra de medicamentos para abastecer os postos de saúde e atender às populações pobres, que usam o sistema SUS.
O inquérito instaurado em julho do ano passado descobriu que o dinheiro foi desviado por contas do Banco do Brasil – para empresas – e da Caixa Econômica Federal – para pessoas físicas – de Alagoas e Sergipe.
O Banco do Brasil reconheceu falhas dos funcionários e efetuou o ressarcimento de R$ 2,6 milhões às contas públicas da Sesau.
Já pelas contas da Caixa Econômica Federal, o valor desviado da secretaria foi de R$ 1,127 milhão, que não foi ressarcido.