Membros do Conselho Nacional de Combate à Discriminação estiveram na noite de ontem reunidos com promotores do Ministério Público para avaliar como anda o caso do assassinato do vereador e homossexual José Renildo, de Coqueiro Seco, acontecido há mais de 12 anos.
O promotor que acompanha o caso, Marcos Mousinho, explicou para os membros do conselho e de entidades ligadas ao combate da discriminação que o que mais dificulta o julgamento do processo é o grande número de réus.
“A princípio foram seis pessoas acusadas. Uma delas chegou a ser absolvida do caso e os outros continuam sendo indiciados como co-autores do crime”, explicou o promotor citando ainda que o fato de os acusados terem bons advogados também ajuda na demora do julgamento do processo.
Os acusados de cometerem o crime são: o advogado José Renato Oliveira e Silva e os policiais militares Luiz Marcelo Falcão, Paulo Jorge de Lima, Antônio Virgílio dos Santos Araújo e Valter da Silva.
“Esperamos que no prazo de setembro a outubro deste ano o julgamento possa acontecer. Não há mais como adiar, a sociedade está cobrando”, diz Mousinho.
Segundo José Roberto Camargo de Souza, do Conselho Nacional de Combate à Discriminação, o papel do órgão, que é ligado à presidência da República, neste caso é de cobrar que o caso seja concluído e não se torne mais um crime sem punição.
“Nós queremos que haja solução, por isso vamos acompanhar efetivamente este caso em específico, pois já se passaram 12 anos do assassinato e julgamento ainda não aconteceu. O próximo passo agora é agendar uma reunião com o presidente do Tribunal de Justiça para que judiciário ajude dando continuidade ao processo”, explicou José Camargo.
Crimes
Em Alagoas, de janeiro até agora, foram assassinados 14 homossexuais e travestis, segundo levantamento realizado por entidades e movimentos de defesa das minorias. Os números da violência foram apresentados hoje à tarde durante encontro, na sede da OAB/AL, com membros do Conselho Nacional de Combate à Discriminação,
A crescente onda de violência contra gays e travestis em todo o Estado vem preocupando as entidades, que vão cobrar do poder público providências para acabar com a impunidade e colocar os criminosos na cadeia. Diversos representantes de ONGs que combatem a homofobia criticam a omissão dos poderes Executivo e Judiciário.