As fortes chuvas que desde o final de semana passado atingem a Europa Central já deixaram oito mortos –três na Áustria, quatro na Suíça e um na Bulgária– centenas de desabrigados e causaram o fechamento de várias estradas e serviços ferroviários.
Há risco de desmoronamento da grande ponte austríaca de Kufstein, que fica em uma das principais estradas que liga Alemanha e Itália. A situação é considerada ‘dramática’, já que afetaria o trânsito internacional de turistas.
Na Áustria, as inundações se concentraram em Tirol e no estado de Vorarlberg, onde ocorreram as mortes, assim como nas localidades de Thuringer e Oais, onde 200 pessoas tiveram que ser retiradas.
Desde esta segunda-feira, as regiões mais afetadas foram os Alpes ocidentais –na fronteira com a Suíça– e Tirol, onde há localidades isoladas e várias pessoas feridas.
O transporte ferroviário também foi interrompido e várias localidades estão sem luz, água, telefone e acesso à internet.
Interdições
Na capital de Tirol, Innsbruck, foi decretado o fechamento de todas as pontes por causa do aumento do nível da água. O Exército, os bombeiros e equipes de resgate encontram vários obstáculos para enfrentar a situação, com transbordamentos de rios e estradas bloqueadas devido a deslizamentos de terras.
O caos também reina no sul da Alemanha, onde as inundações obrigaram o fechamento da estrada A-8 entre Munique e Sttugart. Na localidade de Neu Ulm, a Cruz Vermelha teve que evacuar um hospital com 2.440 leitos diante do risco de o edifício ser alcançado pelas águas.
Na Suíça –onde o estado de alerta continua e quatro pessoas morreram e outra está gravemente ferida–, as inundações atingiram seis cantões, de onde centenas de pessoas foram evacuadas e levadas para abrigos, segundo fontes policiais.
Uma mulher foi arrastada pelo rio Landquart, no cantão de Grisones, e está desaparecida. O cantão de Interlaken parece ser o mais afetado, onde 150 pessoas – entre elas vários turistas – foram levadas para abrigos, enquanto o rio Aar ameaça transbordar a qualquer momento.
Rio
Segundo as autoridades, a situação também é ruim no lago de Biena e nos de Thune e Brienz, no cantão de Berna, e o nível da água não pára de aumentar. O transbordamento do rio Wilderswil inundou alguns bairros da capital suíça e obrigou a retirar cerca de 250 pessoas.
Várias localidades alpinas estão isoladas, como a turística Grindelwald e Lauterbrunnen, e várias vias de acesso da região central da Suíça estão cortadas, assim como vários trechos ferroviários.
No cantão de Schwytz, o aumento das águas do rio Muota obrigou 400 habitantes do povoado de Ibach a sair de casa, assim como em Engelberg (Obwald), onde 200 pessoas foram levadas para hotéis.
A estação de esqui suíça de Engelberg, onde estão cerca de 1.500 turistas, pode ficar isolada por trem e estrada durante várias semanas.
Os primeiros cálculos mostram que o custo dos danos registrados nestes últimos três dias soma dezenas de milhões de francos, principalmente nos cantões de Lucerna e Berna.
Bulgária
As inundações também atingiram a Bulgária, onde um homem morreu hoje no povoado de Marchevo devido ao impacto de um raio, informaram fontes da Defesa Civil.
No entanto, as equipes de resgate conseguiram salvar sete pessoas presas em uma fazenda inundada, na mesma área onde em menos de 24 horas caíram 103 litros de água por metro quadrado, junto com fortes ventos de 20 metros por segundo.
A cidade mais atingida foi Montana, onde cinco represas estão transbordando. Na localidade, então inundadas ruas, fábricas, a prefeitura, colégios e 200 edifícios públicos e privados.
Hungria
Na Hungria, a situação está se normalizando, mas as chuvas isolaram várias localidades, e em 11 dos 19 condados foi decretado o alerta, que continua em vigor em diversas áreas, já que há previsão de mais chuvas para os próximos dias.
Na Eslovênia, a situação ficou mais tranqüila, mas houve danos consideráveis nos vales dos rios Mur e Sava, com fechamento de estradas e fortes deslizamentos de lama.
Na Croácia, o transbordamento do rio Mur atingiu várias localidades. Além disso, foi proibido o uso de água corrente nas proximidades de Zagreb, onde a maior parte das estradas estão fechadas.