Termina amanhã em todo país o prazo para que pescadores e pescadoras se inscrevam junto as Secretarias Municipais de Educação, no projeto de alfabetização Pescando Letras. Iniciativa do Ministério da Educação (MEC), o projeto faz parte do Programa Brasil Alfabetizado, voltado a segmentos excluídos da sociedade. Em Maceió, 75 pessoas da colônia Z-16, no Trapiche, estão inscritas em três turmas.
De acordo com o secretário da colônia, Wilson Pinheiro, as aulas de alfabetização na Z-16 tiveram início no ano passado e este ano, novas vagas foram abertas. Também participam do programa filhos de pescadores e moradores da comunidade. As turmas matriculadas aguardam a retomada das aulas este ano.
Em todo Brasil, comunidades de mais de 800 municípios terão acesso às aulas do Pescando Letras. A duração do curso será definida com base nas necessidades de cada região. "Cada município faz sua atuação de acordo com a realidade da comunidade de pesca, pois todo projeto político pedagógico tem que levar em conta a vida do pescador e da pescadora", afirmou o ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, José Fritsch.
Analfabetos
Dados MEC revelam que 48% dos pescadores do país são analfabetos e quase 80% são analfabetos funcionais, ou seja, aqueles que têm noções precárias de leitura e escrita.
Segundo Maria Aparecida Silva, presidente da Colônia Z-1, na orla de Pajuçara, dos quase mil pescadores que integram a colônia, 30% são analfabetos com média de idade entre 50 anos. “Aqui tivemos um grupo de 25 pessoas interessadas em participar das aulas do Pescando Letras, que não se enquadravam nos critérios do programa, por se tratar de pessoas que eram semi-alfabetizadas”, revelou a presidente, que pretende intervir junto a Secretaria de Educação para conseguir material didático e iniciar aulas de qualificação profissional com a turma de jovens e adultos.
Metas
O Mec estima beneficiar com o programa cerca de 700 mil pessoas em todo país, em parceria com as prefeituras e governos estaduais. A meta do Pescando Letras é atingir 70 mil analfabetos até o fim do ano e 100 mil em 2006. Um dos objetivos é realizar as aulas na época do defeso, período que dura de dois a cinco meses e no qual os pescadores cessam as atividades devido à procriação dos peixes.