A Campanha do Desarmamento e o recolhimento de armas remunerado continuam até o próximo dia 23 de outubro, dia do referendo do desarmamento, quando a população decidirá se quer a proibição da venda de armas e munições no país. A informação é do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. De acordo com ele, a expectativa é chegar a 500 mil armas recolhidas. Até ontem foram entregues 443 mil. A meta inicial, em 15 de julho de 2004, era chegar a 80 mil.
Para o ministro, a coleta foi ponto fundamental na redução do número de mortes por armas de fogo, conforme mostra a pesquisa divulgada hoje pelo ministério da Saúde. "Estamos comemorando os resultados de uma política pública que deu certo e que vai continuar a dar certo. Isso deu a diferença em 3.234 vidas, que foram poupadas de 2003 para 2004. As maiores quedas nos índices de homicídio de 2003 para 2004 ocorreram nos estados que mais recolheram armas, onde a nossa campanha foi melhor sucedida", afirmou.
Thomaz Bastos contou que a idéia não era combater o crime organizado, "tarefa das organizações policiais, judiciais e aquelas do aparelho repressor do Estado". "Buscávamos diminuir o número de homicídios por arma de fogo. O homicídio do marido que se desentende com a mulher, o que acontece na briga de futebol, no trânsito, o acidental, do menino de 12 anos que briga com o de 11, pega o revólver do pai e mata o outro", explicou.
O ministro afirmou que a pesquisa divulgada hoje deve influenciar o referendo do desarmamento. "Porque mostra que essa é a política pública articulada com a sociedade brasileira que deu certo. O desarmamento vai abrir um novo caminho no país para uma cultura de paz", observa.