A queda nos preços dos alimentos pelo terceiro mês consecutivo teve forte influência no recuo da inflação em agosto. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,17%, ante a taxa de 0,25% registrada em julho, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje.
A gerente do Sistema de Índices de Preços do Instituto, Eulina Nunes dos Santos, explicou que o recuo nos preços dos alimentos é reflexo da estabilidade do dólar. "Para se ter uma idéia, os preços do óleo de soja no ano já acumulam queda de 13% e a farinha de trigo já caiu 4% no ano, ou seja, o dólar tem beneficiado os preços agrícolas no varejo".
Eulina disse que também em agosto, o IPCA, que é usado pelo governo para fixar as metas de inflação, desacelerou em função de um menor aumento nas tarifas de telefone fixo e nos preços dos combustíveis.
Nesses oito meses do ano, a inflação medida pelo IPCA é de 3,59%. Segundo Eulina, é o mais baixo percentual para este período do ano desde 1998 (1,65%). Nos últimos 12 meses, o índice ficou em 6,02%, abaixo da taxa dos 12 meses imediatamente anteriores (6,57%).
Para este mês, a economista do IBGE acredita que a taxa deve se manter no mesmo patamar, já que, a princípio, o único impacto é do reajuste da tarifa de água e esgoto em São Paulo. A pesquisa mede os preços que atingem famílias que ganham entre R$ 300 a R$ 12 mi, em nove regiões metropolitanas, além das cidades de Goiânia e Brasília.