Terminou agora à noite, no Fórum de Maceió, o primeiro dia de julgamento dos três militares do Corpo de Bombeiros apontados como responsáveis pela morte do aluno Emerson Lima Cerqueira, 21 anos. Em agosto de 2002, ele morreu afogado ao participar de um treinamento na Lagoa Mundaú.
O Ministério Público denunciou o tenente Wellington Roberto e os sargentos Alexandre Nascimento e Nelson Menezes como autores de crime doloso indireto. Ou seja, os instrutores tiveram culpa pela morte do aluno, porque sabiam dos riscos que os participantes do treinamento corriam ao fazer uma travessia de mais de 300 metros. A defesa alega que a morte de Emerson foi uma fatalidade e vai tenta desqualificar a denúncia da promotoria.
“Os alunos foram submetidos a um risco que todos sabiam, porque não houve um treinamento específico para nadar essa distância em uma lagoa” disse o promotor Carlos Alves Alves de Melo, que requisitou uma perícia do Instituto de Criminalística para comprovar que houve negligência por parte dos instrutores.
Na sessão de hoje, familiares e amigos de Emerson Cerqueira estiveram presentes vestindo camisetas com frases formando o seu nome. No primeiro dia, foi feita a leitura dos autos e apresentado o laudo elaborado pelos peritos do IC. Segundo o juiz James Magalhães de Medeiros, o julgamento só deve ser encerrado na noite desta sexta-feira, quando será conhecida a sentença de condenação ou absolvição dos acusados.
Ao contrário do popular, o júri militar é formado por quatro Oficiais que funcionam como jurados e presidido por um juiz de Direito. No caso desse julgamento, um dos integrantes do júri é Oficial do Corpo de Bombeiros.