Os partidos de oposição ao governo no Congresso já se mobilizam em busca de um nome para substituir Severino Cavalcanti (PP-PE) na presidência da Casa. A informação é do líder do PDT na Câmara, deputado Severiano Alves (BA).
Segundo o líder pedetista, no seu partido é certo que "nenhum nome do PT" receberia apoio. Dentro do PT um dos nomes cogitados seria o do deputado José Eduardo Cardozo (SP).
A disputa entre governistas e oposição deve se agravar com a escolha de um nome para substituir Severino. Segundo fontes petistas, o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), estaria conversando com os líderes da oposição para sondar qual seria um nome, dentro da base aliada, que não sofreria resistências.
Severiano Alves vai na contramão das intenções do governo, que quer manter na base aliada a presidência da Câmara caso Severino deixe o cargo. O pedetista aponta dois nomes. O primeiro é o deputado Inocêncio Oliveira (PMDB-PE), atual primeiro-secretário da Câmara, que já foi presidente da Casa. O segundo, totalmente "intragável" para o governo, é o primeiro vice-presidente da Câmara, deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL). No começo do ano, os governistas fizeram campanha contra Nonô que derrotou o candidato governista.
"Do PT eu excluiria qualquer um, assim como alguns que já presidiram a Casa, como o Michel Temer [PMDB-SP]. Agora, como não temos preconceito, o Nonô seria um bom nome, ou ainda o Inocêncio Oliveira, que tem bom trânsito entre os partidos", afirmou.
Já o vice-líder do PFL, deputado Pauderney Avelino (PFL-AM), acredita que o nome para substituir Severino Cavalcanti deverá vir de "um amplo consenso da oposição". No seu partido, além de Nonô, o deputado José Carlos Aleluia (BA), também é um provável candidato. Apesar de ter trabalhado seu nome nas últimas semanas, Aleluia não conta com o apoio do PT nem do PSDB, partidos fundamentais para a escolha do possível sucessor de Severino.
Segundo Avelino, os partidos de oposição irão aguardar o retorno de Severino ao Brasil antes de tratar efetivamente de nomes para substituí-lo. O presidente da Câmara está nos Estados Unidos, onde participa em Nova Iorque de uma reunião da ONU (Organização das Nações Unidas). O seu retorno ao Brasil está previsto para amanhã, de acordo com a assessoria de imprensa da presidência da Casa.
"O Severino já deu três versões para o documento e vai dar a quarta, mas nada disso vai impedir a abertura de processo de cassação, porque é um constrangimento tê-lo na presidência da Câmara. Se não se afastar, vai ser processado pelo Conselho", disse o vice-líder pefelista.