A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Mensalão ouve nesta terça-feira (20), a partir das 11h30, o ex-assessor da liderança do PP João Cláudio Genu, que teria sacado R$ 4,1 milhões das contas de Marcos Valério Fernandes de Souza no Banco Rural, de acordo com a lista entregue pelo próprio Marcos Valério à comissão.
Em depoimento à CPI na semana passada, o presidente do PP, deputado Pedro Corrêa (PE), admitiu apenas que Genu teria sacado R$ 700 mil – dinheiro que, segundo ele, teria sido usado para pagar o advogado do deputado Ronivon Santiago (PP-AC), cujo mandato foi cassado pela Justiça Eleitoral no ano passado.
Antes, a partir das 10h, a CPI do Mensalão escolhe seu novo vice-presidente e vota alguns dos 479 requerimentos de quebra de sigilos e de convocação de depoentes já apresentados. Por determinação do presidente Amir Lando (PMDB-RO), essa parte da reunião não será aberta à imprensa, para que os trabalhos sejam acelerados. "Caso contrário, não se vota nada", argumentou.
Dantas
O momento mais esperado dos trabalhos da CPI do Mensalão desta semana, no entanto, deverá acontecer na quarta-feira (21), a partir das 10h, quando Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity, vai prestar depoimento.
Ele deverá explicar os motivos pelos quais o grupo que preside depositou cerca de R$ 140 milhões nas contas das empresas SMP&B e DNA, ambas de propriedade de Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o principal operador do mensalão. A reunião será conjunta com a CPI dos Correios, que também havia aprovado requerimento para ouvir Dantas.
Há grande expectativa nas comissões em relação ao depoimento de Dantas, porque o Opportunity conseguiu obter, no processo de privatização ocorrido durante o governo Fernando Henrique Cardoso, o controle acionário das empresas de telefonia Telemig Celular, Amazônia Celular e Brasil Telecom – razão pela qual enfrenta conflito na Justiça com os fundos de pensão que tentam retomar o controle acionário dessa empresas.]