O governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central) registrou em agosto um superávit primário (receitas menos despesas, excluindo os gastos com juros) de R$ 4,262 bilhões, uma queda de 16,6% em relação ao mês anterior. Esse resultado é a diferença entre o superávit de R$ 7,087 bilhões do Tesouro e os déficits de R$ 2,608 bilhões da Previdência e de R$ 216,5 milhões do BC.
Segundo o Tesouro, a queda em agosto deve-se à sazonalidade dos tributos que têm apuração trimestral, como a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e o IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica). O recolhimento desses impostos é maior no início de cada trimestre.
No ano, o superávit primário acumulado é de R$ 49,355 bilhões –equivalente a 3,92% do PIB (Produto Interno Bruto)–, um crescimento de 20,4% sobre o registrado no mesmo período do ano passado (R$ 40,981 bilhões). A economia feita para o pagamento de juros nos primeiros nove meses do ano também supera a meta prevista para o período, que era uma economia de cerca de R$ 47 bilhões.
"No ano, o resultado primário do governo central segue sendo impulsionado pelo comportamento das receitas associadas ao bom desempenho econômico do setor produtivo e ao comportamento do preço internacional do petróleo", diz a nota divulgada hoje pelo Tesouro.
As receitas provenientes do IRPJ e da CSLL tiveram um crescimento de 28,9% do ano. Entre janeiro e agosto, o Tesouro teve um superávit de R$ 71,353 bilhões, contra déficits de R$ 21,784 bilhões da Previdência e de R$ 213,6 milhões do BC.
No ano, o aumento da receita líquida e das despesas está praticamente no mesmo ritmo. Entre janeiro e agosto a receita líquida apresentou um incremento de 15,8%. Já as despesas (pagamento de benefícios, pessoal e custeio) cresceram 14,8%.