A eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados ocorrerá na próxima quarta-feira, a partir das 10h. Data e horário foram decididos hoje em reunião do colégio de líderes da Casa com o presidente em exercício, deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL). Caso haja necessidade de segundo turno, ela terá início às 18h ainda da quarta-feira.
Ao todo, sete candidatos oficiais disputam a sucessão de Severino Cavalcanti (PP-PE), que renunciou à presidência e ao seu mandato parlamentar ontem. Severino foi acusado de receber propina do empresário Sebastião Buani. Em troca, ele teria garantido a prorrogação do contrato de concessão do restaurante Fiorella, na Câmara.
Ainda por decisão dos líderes, desta vez será proibida a campanha com material publicitário –como cartazes, folders e outdoors– que ocuparam os espaços do Congresso no pleito que elegeu Severino, no início do ano.
"Vai ser uma campanha de idéias. Nada de showmícios", afirmou o vice-líder do governo, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), que também concorre à presidência da Câmara por indicação oficial do seu partido.
Na terça-feira, às 18h, véspera da eleição, será feito um debate com todos os candidatos que será transmitido, ao vivo, pela TV Câmara.
Sem consenso
Albuquerque avaliou que não há possibilidade de a Câmara encontrar até a próxima quarta-feira um nome de consenso que evite uma disputa em plenário.
"Não vejo chance de acordo, mas sim a chance de construção de uma maioria." Para ser eleito, o novo presidente deverá contar com mais da metade dos votos dos deputados presentes na votação. Caso o índice não seja alcançado, haverá segundo turno.
O deputado Ricardo Barros (PP-PR), vice-líder do seu partido, acredita que os dois ocupantes de cargos na Mesa que disputam a sucessão de Severino não vão precisar renunciar aos cargos. "Caso um deles seja eleito, abrirá uma nova vaga na Mesa e em até cinco sessões ordinárias da Câmara haverá uma nova eleição para este cargo que ficar vago."
Os dois ocupantes da Mesa que disputam a presidência da Câmara são: José Thomaz Nonô (PFL-AL), atual primeiro vice-presidente, e João Caldas (PL-AL), quarto secretário da Casa. A eleição será secreta e em cédulas de papel.
Estão na disputa ainda o ex-presidente da Casa Michel Temer (PMDB-SP), o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP); Francisco Dornelles (PP-RJ) e Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP).