Uma conhecida âncora de TV libanesa ficou gravemente ferida neste domingo após a explosão de uma bomba colocada debaixo de seu veículo.
May Chidiac, 43, é um rosto conhecido no Líbano. Na manhã deste domingo, pouco antes da explosão, ela apresentou um talk show sobre o suposto crescimento da violência no país depois que a equipe da ONU (Organização das Nações Unidas) apresentar o resultado das investigações que realiza no Líbano–o que deve acontecer no final deste mês.
A explosão aconteceu em Ghadir, que fica próxima da cidade cristã de Jounieh, ao norte de Beirute (capital).
A jornalista foi levada para o Hospital do Hotel Dieu, em Beirute, para passar por cirurgia. No final da tarde desse domingo, o hospital divulgou um comunicado informando que o braço e a perna esquerdos da jornalista ficaram severamente feridos na explosão.
De acordo com o hospital, Chidiac também quebrou a perna direita e a bacia. A jornalista também teria sofrido graves queimaduras pelo corpo, mas seu estado é "estável."
Segundo fontes da segurança, a bomba pesava 500 gramas e foi colocada debaixo do carro de Chidiac e explodiu logo após ela entrar no veículo.
Chidiac trabalha para a emissora de TV cristã Lebanese Broadcasting Corporation (LBC), que é bastante crítica em relação à dominação síria no país. "Esta é uma mensagem para nossa colega May, para a LBC, para toda a mídia libanesa, ou para a liberdade política no Líbano?", questionou a LBC em um editorial veiculado neste domingo.
Crise
Uma série de explosões atingiu o Líbano nos últimos meses. O assassinato do ex-premiê Rafik al Hariri, em fevereiro, lançou o país em uma grave crise.
A morte causou a indignação da comunidade internacional e intensos protestos no Líbano, que levaram à retirada das tropas sírias no país, depois de 29 anos.
A explosão deste domingo se soma à que matou o colunista Samir Kassir –também bastante crítico em relação à Síria– em junho último.
George Hawi — ex-membro do Partido Comunista e crítico da atuação síria–foi morto em outra explosão ocorrida no mesmo mês.
Muitos libaneses culpam Damasco pela série de explosões desde a morte de Al Hariri. Ninguém foi responsabilizado pelas ações.
A Síria nega a participação, mas a investigação da ONU levou à prisão de quatro generais pró-sírios. Investigadores da ONU voltaram de Damasco nesta sexta-feira, depois de interrogarem várias autoridades sírias a respeito da morte de Al Hariri.