Os condôminos residentes perto do clube Alagoinha, localizado na Ponta Verde, defendem a demolição da parte do recreativo que invadiu a área da União. Representados pelo jurista Carlos Mero, os moradores estiveram na manhã de hoje, na Câmara Municipal de Vereadores, para discutir a situação com a bancada.
Mero usou a tribuna para defender que a demolição é justa, uma vez que área invadida pelo clube favorece apenas uma pequena comunidade e não a todos os moradores de Maceió, além de causar impacto ambiental na corrente marinha, resultando em acumulo de vegetal, detritos e dejetos na areia da praia.
“Os pareceres sobre o impacto ambiental são laudos técnicos realizados por vários estudiosos da Universidade Federal de Alagoas. Tanto que nem fomos nós que impetramos a ação, mas sim a União”, explicou Mero. De acordo com ele, apenas o hall central do clube e a rampa que dá acesso a este esta construído de forma legal. “Na época, eles tiveram o direito de construir dentro de um projeto, que eles alteraram sem pedir permissão”, colocou.
A demolição já foi determinada judicialmente. Os diretores do clube tentam recorrer na Justiça. O vereador Galba Novaes – que presidiu a reunião da câmara com os moradores – disse que convocou a sessão para obter parecer técnico e assim, o legislativo poder se posicionar sobre o caso. “Isto não é possível porque nenhum órgão municipal e estadual apareceu. Mandamos convites para todos”, disse.
“É preciso que os órgãos da Prefeitura Municipal discutam a questão com esta casa. Eles estão nos desprestigiando. Vou comunicar ao prefeito Cícero Almeida a ausência de respeito para com o poder legislativo, principalmente do superintendente de Controle e Convívio Urbano, Ednaldo Marques, que pela quarta vez, não atendeu o nosso convite”, expôs o vereador.
Cheiro da Terra
Outro grupo interessado na discussão sobre a área do Alagoinha, é o do empresário Eduardo Costa, dono da Robot Produções. Ele é dono da concessão para explorar o espaço do Cheiro da Terra, mas recebeu ordem de despejo no dia 29 de julho, por conta de uma dívida de R $ 112. 532.04. O empresário afirma que parte desta dívida foi paga e a outra foi perdoada. “Só chegou a este montante devido a inadimplência dos comerciantes. Acumulo, em três anos, um prejuízo de R$ 300 mil”.
A situação do Cheiro da Terra está para ser decidida pela Justiça e até lá os comerciantes podem ficar no local. Porém, Costa defende a mudança do Cheiro da Terra para o Alagoinha e já chegou a negociar com a diretoria do clube, que se mostrou favorável a alugar a área por 10 anos. O aluguel seria repassado aos artesãos. No entanto, com a discussão sobre a possível demolição, a transferência é impossibilitada.
Os vereadores pretendem debater a questão com as esferas do poder público, para que a Câmara Municipal possa tomar partido. “Só podemos ter uma opinião, se esta for embasada pelos órgãos responsáveis, porque ali é uma área onde é necessários estudos técnicos para toda e qualquer mudança”, finalizou Novaes.